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FLORIANÓPOLIS
Governo promete concluir projeto até 2002
Despoluição da lagoa da Conceição terá investimento de R$ 20 milhões
JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA
Até o final de 2002, a lagoa da
Conceição, um dos principais
cartões-postais de Florianópolis,
deverá estar completamente despoluída, de acordo com o governo de Santa Catarina.
O projeto de recuperação foi orçado em R$ 20 milhões. Cerca de
36 mil pessoas deverão ser beneficiadas com rede de esgoto.
Com 14 quilômetros de extensão e largura que chega a 2,5 quilômetros, a lagoa tem oito pontos
de balneabilidade, a maioria deles
impróprios para banho. A poluição é causada pelo grande lançamento de esgoto "in natura", pelo
uso indiscriminado de lanchas e
pela urbanização desenfreada.
Segundo a Abes (Associação
Brasileira de Engenharia Sanitária), cerca de 29 mil pessoas lançam esgoto de forma não adequada na lagoa -uma carga orgânica
de 47,2 toneladas por mês.
O presidente da Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento), José Carlos Vieira, diz
que 20% do projeto de recuperação já foi feito. "Em dezembro vamos ter concluído 50% do projeto
de recuperação e em 2002, mais
20%. Os 30% que vão faltar dependerão da população, que já está se mobilizando", disse Vieira.
Para restaurar a vida marinha, a
oxigenação das águas e a balneabilidade da lagoa, seis frentes de
obras vão entrar em execução.
Uma estação de flotação será
instalada num riacho que deságua na lagoa. Deverá entrar em
funcionamento um emissário
submarino que levará dejetos para uma estação de tratamento.
O governo arrecadou metade da
verba para o projeto (R$ 10 milhões). "O restante do dinheiro
pretendemos buscar com a iniciativa privada", afirmou Vieira.
Abraço
Em maio do ano passado, cerca
de 1.500 pessoas deram um "abraço" na lagoa em protesto contra a
poluição. Hoje, 80 entidades comunitárias estão envolvidas em
projetos educacionais para disciplinar o uso das águas.
"Dizer que a lagoa vai estar recuperada até 2002 é balela. Ainda
vão ficar faltando um amplo projeto de reurbanização e um rígido
processo de controle da ocupação
dos espaços, mas, sem dúvida, é
um bom começo", afirmou Alécio dos Passos Santos, presidente
da organização não-governamental Fundação lagoa.
Um comitê formado por 35 entidades, incluindo ONGs, órgãos
do governo e empresas privadas,
gerenciará a recuperação do local.
"Estou muito esperançoso, mas
há muito trabalho para ser feito e
uma ampla educação ambiental a
ser implantada. A poluição da lagoa chegou a níveis praticamente
insuportáveis", disse Augusto
Gonzaga, presidente do comitê de
gerenciamento da lagoa.
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