São Paulo, sexta-feira, 16 de março de 2001

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FLORIANÓPOLIS

Governo promete concluir projeto até 2002

Despoluição da lagoa da Conceição terá investimento de R$ 20 milhões

JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA

Até o final de 2002, a lagoa da Conceição, um dos principais cartões-postais de Florianópolis, deverá estar completamente despoluída, de acordo com o governo de Santa Catarina.
O projeto de recuperação foi orçado em R$ 20 milhões. Cerca de 36 mil pessoas deverão ser beneficiadas com rede de esgoto.
Com 14 quilômetros de extensão e largura que chega a 2,5 quilômetros, a lagoa tem oito pontos de balneabilidade, a maioria deles impróprios para banho. A poluição é causada pelo grande lançamento de esgoto "in natura", pelo uso indiscriminado de lanchas e pela urbanização desenfreada.
Segundo a Abes (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária), cerca de 29 mil pessoas lançam esgoto de forma não adequada na lagoa -uma carga orgânica de 47,2 toneladas por mês.
O presidente da Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento), José Carlos Vieira, diz que 20% do projeto de recuperação já foi feito. "Em dezembro vamos ter concluído 50% do projeto de recuperação e em 2002, mais 20%. Os 30% que vão faltar dependerão da população, que já está se mobilizando", disse Vieira.
Para restaurar a vida marinha, a oxigenação das águas e a balneabilidade da lagoa, seis frentes de obras vão entrar em execução.
Uma estação de flotação será instalada num riacho que deságua na lagoa. Deverá entrar em funcionamento um emissário submarino que levará dejetos para uma estação de tratamento.
O governo arrecadou metade da verba para o projeto (R$ 10 milhões). "O restante do dinheiro pretendemos buscar com a iniciativa privada", afirmou Vieira.

Abraço
Em maio do ano passado, cerca de 1.500 pessoas deram um "abraço" na lagoa em protesto contra a poluição. Hoje, 80 entidades comunitárias estão envolvidas em projetos educacionais para disciplinar o uso das águas.
"Dizer que a lagoa vai estar recuperada até 2002 é balela. Ainda vão ficar faltando um amplo projeto de reurbanização e um rígido processo de controle da ocupação dos espaços, mas, sem dúvida, é um bom começo", afirmou Alécio dos Passos Santos, presidente da organização não-governamental Fundação lagoa.
Um comitê formado por 35 entidades, incluindo ONGs, órgãos do governo e empresas privadas, gerenciará a recuperação do local. "Estou muito esperançoso, mas há muito trabalho para ser feito e uma ampla educação ambiental a ser implantada. A poluição da lagoa chegou a níveis praticamente insuportáveis", disse Augusto Gonzaga, presidente do comitê de gerenciamento da lagoa.


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