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Militares se queixam de boicote de polícias
DA SUCURSAL DO RIO
A Secretaria de Segurança Pública do Rio e as polícias Militar e
Civil boicotaram as ocupações de
favelas e as tentativas do Exército
de recuperar o armamento, avaliam militares do CML (Comando
Militar do Leste) que participaram da ação. Oficialmente, o CML
agradeceu o apoio da secretaria.
Desde o primeiro momento, as
relações entre o CML e as polícias
tiveram muita rivalidade e pouca
cooperação, apesar da constituição de uma força-tarefa conjunta.
Diversos grupos policiais se mobilizaram e usaram de modo sigiloso suas fontes de informação.
Operacionalmente, a PM pouco
colaborou com as ações.
A idéia do Exército era cercar as
favelas com seus homens e obter a
ajuda das polícias, mais experientes e treinadas, para entrar nelas.
Por várias vezes nos 12 dias de
busca, esperou, em vão, o envio
de equipes da PM.
Na área de inteligência, houve
um pouco mais de cooperação,
devido ao contato constante entre
os órgãos de informação das instituições. Além disso, o chefe da Inteligência da Secretaria de Segurança, Romeu Ferreira, é coronel
da reserva do Exército.
Ainda assim, a demonstração
mais clara do boicote e da tentativa de recuperar as armas do Exército por conta própria veio justamente da área de inteligência.
No dia 10, PMs ocuparam o
morro Santo Amaro (zona sul).
Tinham recebido mais de dez diferentes informações do Disque-Denúncia -serviço, segundo o
secretário de Segurança, Marcelo
Itagiba, mantido em grande parte
pelo governo do Estado- de que
as armas estariam na favela.
A Folha apurou que um delegado da Polícia Civil que pretende
ser candidato a deputado neste
ano foi a presídios para tentar negociar a entrega das armas.
A assessoria da Secretaria de Segurança Pública afirmou que as
forças de segurança do Rio, por
meio de suas unidades operacionais e do seu setor de inteligência,
"têm prestado total apoio ao Comando Militar do Leste".
(RAPHAEL GOMIDE e SERGIO TORRES)
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