São Paulo, quinta-feira, 16 de março de 2006

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Grupo investiga 19 suspeitos de atentado a premiê

LEILA SUWWAN
DE NOVA YORK

No relatório que será apresentado hoje ao Conselho de Segurança da ONU sobre a investigação do assassinato do premiê do Líbano Rafik Hariri não há menção da detenção ou da suspeita de envolvimento da libanesa Rana Koleilat. Ela foi detida nesta semana em São Paulo após tentar subornar policiais que a monitoravam a pedido da Interpol.
Dos 19 suspeitos de tramar o atentado contra Hariri em fevereiro de 2005, 15 pessoas já foram detidas por autoridades libanesas e francesas -10 ainda estão presas no Líbano.
Os nomes dos suspeitos são mantidos em sigilo pela UNIIIC, sigla da comissão internacional independente de investigação, chefiada pelo ex-procurador belga Serge Brammertz. Todos os detidos são suspeitos de ligação direta ou indireta com a morte de Hariri, falso testemunho, fraudes ou falsificações de documentos.
O relatório, segundo a Folha apurou, não traz avanços na investigação que ligaria Koleilat ao assassinato. Ela foi identificada no Brasil como suspeita de uma série de golpes no banco libanês Al Madina, que entrou em colapso em 2003.
Segundo a UNIIIC, um dos motivos do assassinato foi a promessa de Hariri de investigar fraudes bancárias, corrupção e lavagem de dinheiro do banco, envolvendo autoridades libanesas e sírias.
"Precisamos preservar a integridade da investigação devido à delicada natureza internacional. Não podemos comentar essa notícia ou as afirmações de que esta pessoa tem envolvimento", disse a porta-voz da UNIIIC anteontem.
Resolução do conselho dita que todos os países-membros da ONU devem prevenir a entrada ou o trânsito de qualquer suspeito ou facilitar o interrogatório daqueles que já estão dentro de seus territórios.
A comissão analisa a ligação do atentado que matou Hariri e outras 22 pessoas com outros 14 atentados a bomba no Líbano entre outubro de 2004 e dezembro de 2005. A apuração apontou envolvimento de altas autoridades libanesas e sírias, inclusive de familiares do ditador Bashar Al Assad.


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