São Paulo, sexta-feira, 16 de março de 2007

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Falta de kits da Aids afeta 65 mil pacientes

Repasse do material para o interior de São Paulo estava suspenso desde o final do ano passado; capital paulista segue sem o kit

Ministério da Saúde enviou 12 mil unidades de forma emergencial, mas prevê que a situação só será totalmente regularizada em abril

JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO

Sessenta e cinco mil pacientes portadores do vírus HIV em todo o Estado estão sendo prejudicados pela falta de distribuição do kit para exame de carga viral, que monitora a evolução do tratamento da Aids.
Desde novembro do ano passado, o Ministério da Saúde deixou de repassar os kits para o interior paulista, segundo a Secretaria de Estado da Saúde. Já na capital, que concentra 60% dos pacientes, o repasse está suspenso desde janeiro.
Por mês, o Estado necessita que a União envie 15 mil kits para exames. Por causa da falta do material, nenhuma nova amostra de sangue está sendo colhida dos pacientes cadastrados. A situação só deve se normalizar por completo em abril, de acordo com a União.
Na sexta-feira passada, em caráter emergencial, o Ministério da Saúde enviou 12.246 kits para os laboratórios do Estado credenciados a fazer o exame de carga viral, como o Instituto Adolfo Lutz.
De acordo com a assessoria de imprensa da secretaria de Estado, porém, o material enviado servirá para atender as amostras já colhidas no ano passado que estão congeladas -apenas na região de Ribeirão Preto, são 1.700 na fila.
Serviço custeado pelo SUS (Sistema Único de Saúde), o exame de carga viral deve ser feito no paciente portador do vírus pelo menos três vezes ao ano. O procedimento permite que o médico acompanhe a concentração do vírus na corrente sangüínea.
Uma menor quantidade, por exemplo, significa que o organismo do paciente tem reagido bem ao tratamento e que o medicamento aplicado tem combatido a proliferação do vírus HIV. O sangue do paciente pode ser colhido em qualquer unidade de saúde, que encaminha a amostra para os laboratórios inscritos.
Por causa da falta de material, o Estado orientou as prefeituras para que as amostras já colhidas fossem congeladas, até que o repasse dos kits fosse regularizado. Ainda não há prazo para que novos exames voltem a ser feitos.
O Ministério da Saúde, via assessoria de imprensa, informou que para o interior o material foi enviado na semana passada, mas que, para a capital, o repasse só será feito em abril. Segundo o ministério, houve problemas na licitação e mudança de fornecedores.


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