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VEXAME
Deputado é obrigado a sair no meio da cerimônia de posse sob gritos de "ladrão" e "fora"
Hanna Garib é vaiado na Assembléia
da Reportagem Local
A estréia como deputado do ex-vereador Hanna Garib foi curta.
Vaiado por quase 50 segundos
ininterruptos por 400 pessoas
que ocupavam a galeria na Assembléia Legislativa, Garib teve
de sair no meio da cerimônia de
posse dos deputados ontem.
O ex-vereador é acusado de receber parte da propina que era
arrecadada entre camelôs pelos
fiscais da Administração Regional da Sé, que ele controlava.
As vaias começaram quando
Garib foi chamado pelo ex-presidente da Assembléia, Vaz de Lima (PSDB), para fazer o juramento, cresceram e se transformaram em uma sequência de gritos de "ladrão". Em seguida, o
público pediu: "Fora, fora".
Garib pareceu ter sentido o golpe. Cercado por familiares, que
fizeram as vezes de segurança, o
deputado ficou tenso. O filho, Ricardo, cobria seu rosto quando
algum fotógrafo mirava as lentes
para o pai.
O interesse dos repórteres e fotógrafos, que se aglomeravam
em volta do deputado, chamou
de novo a atenção sobre ele e,
embora os alto-falantes chamassem outros nomes, o público
vaiava um só: o de Garib. Sob gritos que pediam a sua cassação, o
ex-dono da Regional da Sé se deu
por derrotado e se encaminhou
para uma das saídas do plenário.
Foi difícil. Cercado, Garib usou
os familiares como escudo e, empurrando quem estivesse na
frente, escapou por uma porta
guardada por policiais militares.
Dali, Garib sumiu. Sua assessoria de comunicação disse que já
havia ido embora, mas ele reapareceu cerca de 90 minutos mais
tarde, durante a votação para
presidente da Assembléia. Houve boatos de que Garib, que é hipertenso, tivesse passado mal,
mas seus assessores negaram.
Seus assessores disseram ainda
que o deputado já esperava as
vaias, mas não havia preparado
estratégia para enfrentá-las.
As vaias para Garib não foram
as únicas. Seu companheiro de
partido e prefeito de São Paulo,
Celso Pitta, teve recepção igual.
Pitta não falou, apenas acenou
para o público. Mas a má impressão foi percebida até por quem
não estava lá, como o presidente
do PPB, Marcelino Romano Machado. "Ele não precisava ter ido
lá hoje (ontem). Foi um erro político dele, que prejudica a imagem
do partido", disse.
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