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ESTUDO
Valor equivale a 10,5% do PIB brasileiro
Violência custa US$ 84 bilhões por ano ao país
CLÓVIS ROSSI
enviado especial a Paris
O Brasil perde por ano, como
conseqüência da violência, o equivalente a 10,5% de tudo o que produz em bens e serviços (o seu PIB,
Produto Interno Bruto).
Como o PIB brasileiro para 1998
estava calculado em cerca de US$
800 bilhões, essa porcentagem representa algo em torno de US$ 84
bilhões -valor superior ao total
das exportações brasileiras em
1997 (US$ 53 bilhões).
É o que mostra estudo sobre violência na América Latina e no Caribe, divulgado ontem pelo BID
(Banco Interamericano de Desenvolvimento), por ocasião de sua
assembléia anual, inaugurada ontem em Paris.
Os custos incluem desde os gastos diretos com segurança até o
que o estudo chama de "intangíveis", perdas indiretamente relacionadas com a criminalidade.
Entre estas, aparecem uma diminuição na participação no mercado de trabalho, redução na produtividade e até as desordens depressivas provocadas pelo fato de ter
sido vítima da criminalidade.
O estudo do BID fornece cálculos
para apenas seis países latino-americanos, selecionados pelo seu
alto grau de violência (Colômbia,
El Salvador, México, Peru e Venezuela, além do Brasil).
Nessa comparação, as perdas do
Brasil até que são moderadas, superiores apenas às do Peru.
Mas o estudo mostra outra comparação -taxa de homicídio por
100 mil habitantes- em que a posição do Rio de Janeiro, a cidade
brasileira escolhida na pesquisa, é
superior tanto à da média latino-americana como à média mundial.
No mundo todo, há 16,5 homicídios por 100 mil habitantes, enquanto, no Rio, a taxa sobe para 70
por 100 mil. No conjunto da América Latina, a média é de 40.
O relatório do BID lembra que,
"durante a década passada, os níveis de violência na América Latina aumentaram substancialmente,
o que dá à América Latina e ao Caribe a duvidosa distinção de ser a
segunda região mais violenta no
mundo" (a primeira é a África).
No total do subcontinente, estima o BID, o custo da violência
equivale a 14,2% de seu PIB.
O estudo informa que, nos países
desenvolvidos, há evidências de
que estratégias preventivas são
mais eficazes para reduzir a violência.
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