São Paulo, Terça-feira, 16 de Março de 1999
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VIOLÊNCIA
Câmera mostra homem com brasileiro
Polícia tem suspeito de crime nos EUA

da Agência Folha

O comissário-chefe da polícia de Nova York, Howard Safir, disse ontem que o assassinato do brasileiro João Sabóia deve ser solucionado rapidamente. A polícia já tem um suspeito, revelado pelas câmeras de vigilância do hotel Waldorf Astoria, local do crime.
As informações foram passadas ao cônsul-adjunto do Brasil em Nova York, Renan Paes Barreto.
Sabóia, 56, economista de Belém (PA), foi encontrado morto na suíte 2.716 do hotel no sábado, às 17h30 (horário local). O Waldorf é um dos mais luxuosos hotéis da cidade -com diárias a partir de US$ 395. Sabóia foi encontrado com a garganta cortada por um objeto pontiagudo. A perícia diz que houve luta com o assassino (Sabóia tinha várias lesões pelo corpo).
A câmera interna captou a entrada de Sabóia no elevador, acompanhado de um homem. Eles desceram no 27º andar e foram ao quarto do brasileiro. Depois, o acompanhante saiu sozinho.
A polícia não forneceu a descrição do suspeito, nem informou quanto tempo ele passou no quarto de Sabóia. Os investigadores acreditam que quando ele saiu Sabóia já estava morto.
A polícia diz que o acompanhante era alguém conhecido do brasileiro. Não há sinais de coerção ou gestos inamistosos na fita.
Sabóia fez amizade com um grupo de 18 brasileiros. Todos viajaram sexta-feira para Atlantic City para apostar nos cassinos. Ele deixou o cassino com cerca de US$ 70 mil, segundo a polícia.
Os outros brasileiros já deixaram o hotel. Segundo informações passadas ao consulado, apenas um homem, chamado Mário Sherer, não foi encontrado -ele teria voltado ao Brasil ainda no sábado.
Hoje chega a Nova York um grupo de amigos e familiares de Sabóia. Eles vão cobrar explicações da polícia e cuidar dos detalhes do traslado do corpo. O Waldorf ofereceu hospedagem gratuita ao grupo. A família acha que pode ter havido negligência do hotel.
Segundo o advogado Fernando Rocha, amigo da família, é "muito estranho ter acontecido um fato dessa natureza em um hotel daquela categoria e ninguém ter desconfiado de nada".
O advogado Fernando Rocha disse que a família nunca ouviu falar em Mario Sherer.


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