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ABASTECIMENTO
Algas alteram gosto e odor de água para 2,7 mi
DA REPORTAGEM LOCAL
A proliferação em excesso de
cianobactérias (espécies de algas)
na represa de Taiaçupeba (Grande São Paulo) alterou o sabor e o
odor da água do sistema Alto Tietê, que serve 2,7 milhões de moradores da zona leste da capital e de
cidades da região metropolitana.
O gosto ruim e o cheiro que
lembra o de inseticida são causados pela geosmina, composto orgânico liberado por alguns gêneros de cianobactérias. A substância não causa nenhum mal à saúde, mas um desconforto no uso e
no consumo da água afetada.
O problema, que começou a ser
registrado no fim de semana, é
uma conseqüência da degradação
progressiva dos recursos hídricos
da Grande São Paulo, seja pelo
despejo regular de esgoto doméstico sem tratamento nos rios, córregos e represas, seja pela ocupação ilegal e precária, que leva ao
lançamento clandestino de
efluentes e lixo nos mananciais.
Combinação de fatores
O aumento do número das cianobactérias se deve conjunturalmente a uma combinação de três
fatores: fósforo e nitrogênio em
excesso, provenientes de matéria
orgânica (lixo e esgoto), luminosidade e temperatura elevada.
De acordo com Armando Flores, gerente da Divisão de Controle de Qualidade da Água da Sabesp (Companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo), é
difícil, porém, isolar um fator que
tenha desencadeado o processo,
mais comum no verão.
Para tentar minimizar o problema, a Sabesp começou a usar carvão ativado em pó no tratamento
da água do Alto Tietê. Também
passou o abastecimento da região
da Penha (zona leste da cidade)
para o sistema Cantareira.
Para que o gosto e o odor cessem de vez, é necessário, porém,
esperar o fim do ciclo de vida das
cianobactérias, que geralmente
dura uma semana, segundo Armando Flores.
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