São Paulo, quinta-feira, 16 de abril de 2009

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Conselho autoriza expansão do Pátio Higienópolis

Shopping cuidará de restauro de casarão vizinho, também de sua propriedade, que vai ser um centro cultural

DA REPORTAGEM LOCAL

O Conpresp (órgão municipal de proteção ao patrimônio) autorizou o início das obras de expansão do shopping Pátio Higienópolis, na região central de São Paulo. A decisão foi publicada anteontem no "Diário Oficial" da Cidade.
Quem arcará com a construção, ainda sem custos nem prazo definidos, é o Grupo Malzoni, dono do empreendimento, que também se responsabilizará pelo restauro do casarão de Nhonhô Magalhães, de sua propriedade e que fica na área de ampliação.
Novos restaurantes, lojas e vagas de estacionamento farão parte da extensão, que tem área equivalente a um terço do espaço hoje ocupado pelo shopping -que passará a 133 mil metros quadrados. O terreno inclui o miolo do quarteirão formado pelas avenidas Higienópolis e Angélica e pelas ruas Veiga Filho e Albuquerque Lins, e também a área onde está o casarão de Nhonhô Magalhães, na esquina da Albuquerque Lins com a avenida Higienópolis. O imóvel passará por restauro de fachada e interiores para se tornar um centro cultural.
Construído na década de 20, o casarão pertenceu ao barão do café Carlos Leôncio de Magalhães e hoje é tombado tanto pelo município quanto pelo Estado. Antiga sede da Secretaria da Segurança Pública, ele foi adquirido em 2005 pelo Grupo Malzoni, já para integrá-lo à expansão. Segundo o presidente do Conpresp, José Lefèvre, o canteiro de obras vizinho ao casarão -onde ontem circulavam guindastes e o solo era escavado- não danificará a estrutura do imóvel.
Para Edison Farah, presidente da ONG Bairro Vivo, que congrega moradores da região, o shopping piorou a qualidade de vida local. "Eu continuo achando que [a construção do shopping] foi um horror e que destruiu o bairro", diz. "Agora aumentar ou diminuir não vai alterar grandes coisas. Continuam o trânsito, o barulho."
Quando o empreendimento foi construído, no final da década de 90, os moradores entraram na Justiça para impedir que fosse levado adiante.
O presidente do Conpresp, no entanto, diz que desta vez recebeu manifestações de apoio, já que a área demolida era repleta de "construções esquisitas" que serviam à Secretaria da Segurança Pública.


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