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Diarista diz que apanhou por usar elevador social
Ela disse que foi puxada pelas orelhas; reportagem não teve acesso à síndica, que não teve o nome revelado
RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA
A empregada doméstica Valdilene Maria Batista, 39, diz
que foi agredida pela síndica do
prédio onde trabalha, em Recife (PE), após ter usado um carrinho de compras no elevador
social na semana passada.
Batista afirma que, na quinta-feira passada, esperou o elevador de serviço por mais de
dez minutos e que, por isso, decidiu subir com o carrinho de
compras pelo social.
A síndica e o subsíndico, que
estavam na portaria do prédio,
viram ela entrando no elevador
e correram para abordá-la.
O prédio, disse ela, orienta
terceirizados e funcionários a
usar o elevador do serviço
-embora uma lei local proíba
esse tipo de discriminação.
"Não me preocupei, pois sei
que, pelas normas, o elevador
social pode ser usado se o de
serviço estiver quebrado. Mas
ela chegou, apertou o botão do
andar dela e segurou minhas
orelhas com as duas mãos, sacudindo. Disse que estava fazendo aquilo de lição para que
as outras [empregadas] não fizessem o mesmo. Na hora fiquei tão desorientada que fiquei pedindo desculpas e nem
apertei o botão do meu andar."
Ela acabou indo até o 15º andar -seus empregadores moram no 4º pavimento. A empregada disse que sua pressão chegou a subir.
Batista, que trabalha como
empregada no prédio há 12
anos e diz nunca ter tido problemas, depôs anteontem na
delegacia de Boa Viagem.
Segundo a delegada Julieta
Japiassu, um termo circunstanciado foi lavrado, a síndica
foi intimada a comparecer à delegacia amanhã e foram solicitadas as imagens filmadas pelo
circuito interno do prédio.
Japiassu diz que registrou o
caso como "vias de fato". O caso
será levado ao Juizado Especial
Criminal. A pena varia de multa
à prisão de 15 dias a três meses.
"Até perguntei se houve algum xingamento que justificasse injúria ou racismo, mas ela
[Batista] negou", diz Japiassu.
A empregada diz que não
pretende pedir indenização por
danos morais. "Eu me senti
ofendida como empregada e
como pessoa. Por isso, resolvi
denunciar para ela não fazer
com as outras [empregadas] o
que fez comigo."
A polícia não revelou o nome
da síndica. Batista também não
quis dizer o nome dela.
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