ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

A primeira impressão que Franco Baldieri teve de São Paulo foi a pior possível. Um dia após ter chegado à cidade, já queria voltar a seu país.
Franco era de Roma, na Itália, onde estudou decoração. Lá, fez trabalhos para políticos e artistas. Em 1971, por exemplo, decorou o apartamento da cantora Patty Pravo, sucesso naquela época. Acabou se casando com ela.
No ano seguinte, conheceu o ítalo-brasileiro Helio Malagoli, que tinha ido à Itália estudar desenho industrial. Ali, os dois formaram uma sociedade que durou até o fim da vida do decorador. Trabalharam juntos em apartamentos e casas de personalidades.
Em 1976, querendo fugir da tensão política e prevendo novas oportunidades, a dupla se mudou para o Brasil.
O impacto negativo causado por São Paulo foi apenas inicial. Franco acabou gostando do país. Quando voltava para a Itália, por conta de um ou outro serviço eventual, sentia saudades da cidade.
Filho de um proprietário de uma agência de seguros, ele fez projetos de decoração de lojas, fazendas e casas no Brasil. Gostava de antiguidades e de ir a leilões e antiquários.
Para os amigos, adorava preparar comida italiana -cozinhava bem, diz o sócio.
Helio conta ainda que Franco era muito aberto e que nunca escondia o que pensava.
Morreu na sexta, aos 70, devido a um câncer de laringe descoberto no fim de 2008.
Separado, não deixa filhos. A missa de sétimo dia será realizada hoje, às 10h, na capela do Colégio Sion, em SP.

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