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Índice cai mais e SP deixa de ter epidemia de homicídios
Após 15 anos, Estado registra menos de 10 assassinatos por 100 mil habitantes
Homicídios dolosos por
100 mil habitantes, que
chegaram a 35,3 em
1999, estão em 9,9;
latrocínio aumentam
ROGÉRIO PAGNAN
EVANDRO SPINELLI
EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO
Depois de uma série histórica de 15 anos, São Paulo
não tem mais uma epidemia
de homicídios dolosos. Segundo dados divulgados ontem pelo governo, nos últimos 12 meses o Estado teve
9,9 assassinatos para cada
grupo de 100 mil habitantes.
Com isso, atingiu o considerado tolerável pela OMS
(Organização Mundial de
Saúde). Para o órgão, o índice acima de 10 assassinatos
por 100 mil habitantes é considerado fora de controle.
É a primeira vez que isso
ocorre desde 1996, quando
os números passaram a ser
divulgados pelo Estado. Em
1999, o índice chegou 35,3.
"Sempre foi um sonho
nosso atingirmos a meta da
OMS. O Brasil tem índice de
25,4", disse o governador Geraldo Alckmin (PSDB). "É um
exemplo para o Brasil (...) de
que é possível, sim, reduzir
os índices de criminalidade."
A redução dos homicídios
no Estado foi puxada, em parte, pela queda dos assassinatos na capital, que foi de 41%
no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período de
2010. Incluindo as outras cidades, diminuição é de 19%.
Mesmo assim, foram 4.088
casos de homicídios nos últimos 12 meses, 11 por dia.
Se a queda da violência na
capital fosse a mesma do resto do Estado -8,96%-, São
Paulo continuaria na zona
epidêmica de homicídios.
OUTROS ÍNDICES
Assassinato é o principal
indicador de violência, mas
não é o único. Outros índices
tiveram crescimento, como
roubo de veículos, que teve
alta de 8,5%, furto de veículos (7,7%) e latrocínio, o roubo seguido de morte (2,7%).
Ontem também foi a primeira vez que foram divulgados os dados da violência
mês a mês e por delegacia.
Números mostram que a
região mais violenta da capital é formada pelos DPs Parque Santo Antônio, Campo
Limpo e Capão Redondo (zona sul). Dos 220 assassinatos
no primeiro trimestre, 31 deles foram nesse triângulo.
O governo decidiu abrir os
dados por DPs, que antes
eram considerados sigilosos,
após a revelação pela Folha,
em 1º de março, de que um
integrante da cúpula da Segurança vendia estudos com
essas informações. Esses dados não são proporcionais à
população. O governo não
informa quantos moradores
existem em cada um dos DPS
-por isso não é possível fazer ranking proporcional.
O comandante da PM, Álvaro Camilo, e chefe da Polícia Civil, Marcos Carneiro Lima, dizem que a divulgação
ajudará a população a cobrar
por melhores serviços.
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