São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 2000


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PARÁ
Obra da prefeitura e do governo do Estado na região do porto traz novas opções comerciais e de lazer para Belém
Reforma de armazéns cria área turística

DA AGÊNCIA FOLHA

Quatro armazéns de ferro do antigo porto de Belém (PA), construídos em 1902, foram transformados em um novo espaço de turismo e lazer na cidade, a Estação das Docas.
A nova estrutura dos armazéns foi planejada para permitir a instalação de restaurantes, lojas, teatro, salas de exposição e um terminal fluvial para passeios turísticos.
À beira da baía do Guajará, a estação oferece desde sábado uma janela para o rio, ajudando a revolucionar o espaço urbano no centro histórico.
Desde a época da borracha, a orla da área urbana de Belém foi sendo tomada por portos, palafitas e pontos comerciais.
A área urbana que margeia a baía do Guajará e o rio Guamá tem 30 quilômetros de extensão. Desse total, apenas 600 metros estão com a visão aberta para as águas. A criação da Estação das Docas adicionou mais 540 metros de orla livre para a cidade.
O projeto segue a tendência arquitetônica e urbanística de obras realizadas em Nova York, São Francisco e Buenos Aires (Puerto Madero).
As obras demoraram dois anos e quatros meses para serem finalizadas e custaram por volta de R$ 19 milhões. O orçamento inicial da obra previa um gasto total de R$ 9 milhões.
Segundo o secretário de Cultura do Pará, Paulo Chaves Fernandes, o aumento dos custos deveu-se à construção do porto fluvial, que não estava incluído no projeto original, e aos problemas encontrados na restauração dos armazéns.
"Acreditávamos que teríamos de refazer cerca de 20% do teto. Acabamos reconstruindo 80%", disse o secretário.
Os investimentos foram divididos entre o governo do Estado e a Embratel. Cerca de R$ 17 milhões foram custeados pelo Estado; a companhia de telefonia completou a verba, por intermédio de uma parceria, com R$ 2 milhões.
Durante a construção, os engenheiros encontraram ruínas do antigo forte de São Pedro Nolasco, do século 17.
As ruínas e os objetos encontrados durante as escavações fazem parte de uma exposição permanente que foi montada em um dos armazéns.
Na Estação das Docas, o turista também poderá agendar passeios fluviais para as ilhas próximas a Belém, experimentar comidas típicas da região e comprar artesanato marajoara, além de CDs de compositores locais.

Intervenções urbanas
A Estação das Docas foi montada ao lado do mercado Ver-o-Peso. Porto e entreposto comercial cuja arquitetura data do início do século, o Ver-o-Peso está sendo restaurado pela Prefeitura de Belém, que já reformou a praça e alguns prédios de seu complexo, investindo até o momento R$ 1,5 milhão.
O projeto de reestruturação do mercado está orçado em cerca de R$ 20 milhões.
Para o presidente da Fumbel (Fundação Cultural do Município de Belém), Márcio Meira, os projetos do governo estadual e da prefeitura têm características conflitantes.
"Nosso projeto prevê a integração da população que frequenta o Ver-o-Peso, enquanto a Estação das Docas é elitista, destinada às classes média e alta."
O secretário Fernandes não aceita as críticas. "O lugar vai ser aberto. Quem puder comer num restaurante sofisticado comerá, quem não puder comprará uma pipoca e irá apreciar o pôr-do-sol."
Além dos dois projetos, prefeitura e governo estadual têm outros planos para desobstruir mais a orla de Belém.
O governo estadual pretende reurbanizar a área do forte do Castelo, também localizado na parte histórica da cidade.
A prefeitura planeja a criação de praças e avenidas à beira-rio, aumentando em mais 2,5 quilômetros a visão do horizonte da área urbana.


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