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PARÁ
Obra da prefeitura e do governo do Estado na região do porto traz novas opções comerciais e de lazer para Belém
Reforma de armazéns cria área turística
DA AGÊNCIA FOLHA
Quatro armazéns de ferro do
antigo porto de Belém (PA), construídos em 1902, foram transformados em um novo espaço de turismo e lazer na cidade, a Estação
das Docas.
A nova estrutura dos armazéns
foi planejada para permitir a instalação de restaurantes, lojas, teatro, salas de exposição e um terminal fluvial para passeios turísticos.
À beira da baía do Guajará, a estação oferece desde sábado uma
janela para o rio, ajudando a revolucionar o espaço urbano no centro histórico.
Desde a época da borracha, a orla da área urbana de Belém foi
sendo tomada por portos, palafitas e pontos comerciais.
A área urbana que margeia a
baía do Guajará e o rio Guamá
tem 30 quilômetros de extensão.
Desse total, apenas 600 metros estão com a visão aberta para as
águas. A criação da Estação das
Docas adicionou mais 540 metros
de orla livre para a cidade.
O projeto segue a tendência arquitetônica e urbanística de obras
realizadas em Nova York, São
Francisco e Buenos Aires (Puerto
Madero).
As obras demoraram dois anos
e quatros meses para serem finalizadas e custaram por volta de R$
19 milhões. O orçamento inicial
da obra previa um gasto total de
R$ 9 milhões.
Segundo o secretário de Cultura
do Pará, Paulo Chaves Fernandes,
o aumento dos custos deveu-se à
construção do porto fluvial, que
não estava incluído no projeto
original, e aos problemas encontrados na restauração dos armazéns.
"Acreditávamos que teríamos
de refazer cerca de 20% do teto.
Acabamos reconstruindo 80%",
disse o secretário.
Os investimentos foram divididos entre o governo do Estado e a
Embratel. Cerca de R$ 17 milhões
foram custeados pelo Estado; a
companhia de telefonia completou a verba, por intermédio de
uma parceria, com R$ 2 milhões.
Durante a construção, os engenheiros encontraram ruínas do
antigo forte de São Pedro Nolasco, do século 17.
As ruínas e os objetos encontrados durante as escavações fazem
parte de uma exposição permanente que foi montada em um dos
armazéns.
Na Estação das Docas, o turista
também poderá agendar passeios
fluviais para as ilhas próximas a
Belém, experimentar comidas típicas da região e comprar artesanato marajoara, além de CDs de
compositores locais.
Intervenções urbanas
A Estação das Docas foi montada ao lado do mercado Ver-o-Peso. Porto e entreposto comercial
cuja arquitetura data do início do
século, o Ver-o-Peso está sendo
restaurado pela Prefeitura de Belém, que já reformou a praça e alguns prédios de seu complexo, investindo até o momento R$ 1,5
milhão.
O projeto de reestruturação do
mercado está orçado em cerca de
R$ 20 milhões.
Para o presidente da Fumbel
(Fundação Cultural do Município
de Belém), Márcio Meira, os projetos do governo estadual e da
prefeitura têm características
conflitantes.
"Nosso projeto prevê a integração da população que frequenta o
Ver-o-Peso, enquanto a Estação
das Docas é elitista, destinada às
classes média e alta."
O secretário Fernandes não
aceita as críticas. "O lugar vai ser
aberto. Quem puder comer num
restaurante sofisticado comerá,
quem não puder comprará uma
pipoca e irá apreciar o pôr-do-sol."
Além dos dois projetos, prefeitura e governo estadual têm outros planos para desobstruir mais
a orla de Belém.
O governo estadual pretende
reurbanizar a área do forte do
Castelo, também localizado na
parte histórica da cidade.
A prefeitura planeja a criação de
praças e avenidas à beira-rio, aumentando em mais 2,5 quilômetros a visão do horizonte da área
urbana.
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