DA REPORTAGEM LOCAL

Organizações não-governamentais que trabalham com crianças e com Aids divulgaram ontem notas de protesto contra a decisão da Vara da Infância e da Juventude de Santos, que separou crianças soropositivas de irmãos que não tinham o HIV.
"O Estatuto da Criança e do Adolescente foi desrespeitado e não aceitamos a decisão da Justiça", disse Ronald Luiz Monteiro, da Associação Comunidade de Mãos Dadas, ONG de empresários de Santos que atua na defesa dos direitos da criança.
Lucinha Araújo, presidente da Associação Viva Cazuza, enviou mensagem às ONGs-Aids da Baixada Santista lamentando a "atitude discriminatória". "Apesar do percurso percorrido pela sociedade civil, as "autoridades" ainda vivem, agem e reagem com conceitos ultrapassados."
Os fóruns de ONGs-Aids de São Paulo e da Baixada fazem hoje manifestação de protesto, a partir das 11h, na praça da Independência, no Gonzaga, em Santos.
A juíza Elizabeth Lopes de Freitas, responsável pela decisão, e a promotora Paula Trindade da Fonseca, divulgaram nota afirmando que o critério na remoção de crianças com HIV "levou em conta a necessidade de preservação da vida e saúde e a especialização do atendimento do Caio [Casa Caio, para onde foram transferidas as crianças]". "Nenhuma postura preconceituosa ou discriminatória norteou as medidas que estão sendo questionadas."



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