|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SEGURANÇA
Corporação terá que reduzir cargos de chefia e custos para implantar uma nova diretoria em seu organograma
PF corta salários para combater crime organizado
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal reduzirá as faixas salariais e os cargos de chefia
do órgão para fazer caixa e, com
os recursos economizados, criar a
Diretoria de Combate ao Crime
Organizado, seguindo o comando
do governo de Luiz Inácio Lula da
Silva.
A nova diretoria será subordinada diretamente ao diretor-geral
da PF, Paulo Lacerda, e trabalhará
no combate ao tráfico de armas, à
lavagem de dinheiro e ao crime financeiro -em mais um esforço
do governo para tentar demonstrar que tem estratégia e ação para
combater o crime organizado.
Em meio a 9.400 funcionários,
sendo 7.600 policiais e outros
1.800 servidores para atividades
administrativas, o número de cargos comissionados da Polícia Federal não chega a 200.
Com um orçamento de R$ 360,9
milhões e pressionada por dívidas
com fornecedores que ultrapassam os R$ 40 milhões, não foi encontrada outra saída que não reduzir as faixas comissionadas para gerar o caixa necessário à implantação da nova diretoria.
Na estrutura da PF, somente o
diretor-geral recebe a faixa mais
alta do quadro comissionado, o
DAS 6, que representa um salário
mensal de R$ 7.500.
Salário menor
Com as mudanças, os chefes das
sete diretorias da PF, antes na faixa de DAS 5 (R$ 6.300), passarão a
DAS 4 (R$ 4.850).
A redução salarial também irá
valer para os diretores do Instituto de Criminalística, de Identificação e da Academia Nacional de
Polícia.
Dívida em SP
O não-cumprimento de acordos financeiros da Superintendência da PF paulista com a empresa privada de segurança Send
Serviços de Vigilância está desencadeando ações na Justiça do Trabalho e ameaças de greve. A dívida, de seis meses, estaria na casa
dos R$ 700 mil.
As ações vêm dos cerca de 120
vigilantes da Send que prestam
um serviço terceirizado de segurança patrimonial na sede da PF
em São Paulo e nas 13 delegacias
espalhadas pelo interior do Estado. Segundo a Federação dos Vigilantes do Estado, eles estão há
três meses sem receber salários da
Send, que joga a culpa na PF.
A empresa de segurança informou que não pode arcar com sua
folha de pagamento diante da suposta dívida da PF. Já a corporação não quis comentar o caso.
Segundo o presidente do sindicato dos vigilantes de Presidente
Prudente, José Gatti Lanza, tem se
tornado rotina nos últimos meses
agentes da PF ajudarem os vigilantes da Send com cestas básicas
e no pagamento de contas, como
luz e água. "A situação é triste."
A Superintendência da PF paulista não quis comentar os motivos de seis meses de atraso no pagamento alegado pela Send.
Colaborou EDUARDO SCOLESE, da
Agência Folha
Texto Anterior: Governo decide localização de presídios de segurança máxima Próximo Texto: Mortes Índice
|