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São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 2003

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SEGURANÇA

Corporação terá que reduzir cargos de chefia e custos para implantar uma nova diretoria em seu organograma

PF corta salários para combater crime organizado

ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Polícia Federal reduzirá as faixas salariais e os cargos de chefia do órgão para fazer caixa e, com os recursos economizados, criar a Diretoria de Combate ao Crime Organizado, seguindo o comando do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
A nova diretoria será subordinada diretamente ao diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, e trabalhará no combate ao tráfico de armas, à lavagem de dinheiro e ao crime financeiro -em mais um esforço do governo para tentar demonstrar que tem estratégia e ação para combater o crime organizado.
Em meio a 9.400 funcionários, sendo 7.600 policiais e outros 1.800 servidores para atividades administrativas, o número de cargos comissionados da Polícia Federal não chega a 200.
Com um orçamento de R$ 360,9 milhões e pressionada por dívidas com fornecedores que ultrapassam os R$ 40 milhões, não foi encontrada outra saída que não reduzir as faixas comissionadas para gerar o caixa necessário à implantação da nova diretoria.
Na estrutura da PF, somente o diretor-geral recebe a faixa mais alta do quadro comissionado, o DAS 6, que representa um salário mensal de R$ 7.500.

Salário menor
Com as mudanças, os chefes das sete diretorias da PF, antes na faixa de DAS 5 (R$ 6.300), passarão a DAS 4 (R$ 4.850).
A redução salarial também irá valer para os diretores do Instituto de Criminalística, de Identificação e da Academia Nacional de Polícia.

Dívida em SP
O não-cumprimento de acordos financeiros da Superintendência da PF paulista com a empresa privada de segurança Send Serviços de Vigilância está desencadeando ações na Justiça do Trabalho e ameaças de greve. A dívida, de seis meses, estaria na casa dos R$ 700 mil.
As ações vêm dos cerca de 120 vigilantes da Send que prestam um serviço terceirizado de segurança patrimonial na sede da PF em São Paulo e nas 13 delegacias espalhadas pelo interior do Estado. Segundo a Federação dos Vigilantes do Estado, eles estão há três meses sem receber salários da Send, que joga a culpa na PF.
A empresa de segurança informou que não pode arcar com sua folha de pagamento diante da suposta dívida da PF. Já a corporação não quis comentar o caso.
Segundo o presidente do sindicato dos vigilantes de Presidente Prudente, José Gatti Lanza, tem se tornado rotina nos últimos meses agentes da PF ajudarem os vigilantes da Send com cestas básicas e no pagamento de contas, como luz e água. "A situação é triste."
A Superintendência da PF paulista não quis comentar os motivos de seis meses de atraso no pagamento alegado pela Send.


Colaborou EDUARDO SCOLESE, da Agência Folha


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