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Alvo de ataques, agências não abrem
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
TOMÁS CHIAVERINI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em razão de ataques com bombas caseiras e armas de grosso calibre, pelo menos nove agências
bancárias fecharam as portas ontem na Grande São Paulo.
Segundo o Sindicato dos Bancários, 18 agências de bancos como
Itaú, Bradesco, Banco do Brasil,
Caixa Econômica Federal, Santander, HSBC e Unibanco foram
atingidas entre a noite de domingo e a madrugada de ontem.
No interior, oito agências sofreram danos, em Campinas, Americana, São José do Rio Preto, Sorocaba e Orlândia. Algumas agências em São Paulo, mesmo sem
ser atingidas, não abriram por falta de agentes de segurança, que
não conseguiam chegar porque
muitos ônibus não circularam.
A Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) repudiou a onda
de violência em nota oficial. "São
uma afronta ao Estado de direito e
à cidadania", diz o texto.
"A situação é de risco e não podemos expor as pessoas. Nos locais onde não houver segurança,
as agências não devem abrir", diz
o presidente do Sindicato, Luiz
Cláudio Marcolino.
Quatro agências do Itaú foram
atingidas -duas delas não abriram, no Capão Redondo e em Taboão da Serra. A agência do Banco do Brasil na rua São Silvestre
(zona sul) também não funcionou. Na porta, um aviso: "Agência temporariamente fechada".
No Itaú da rua Vicente Pinzon,
na Vila Olímpia, um coquetel molotov foi jogado. O banco, com
marcas do fogo na fachada, ficou
fechado até as 12h.
Segundo vigias de prédios próximos ao local, por volta de 23h35
um automóvel Fiesta preto parou
em frente ao banco e atirou uma
garrafa em chamas. Em seguida,
outra garrafa foi jogada em uma
agência desativada do Bradesco, a
poucos metros dali, mas não explodiu. Um dos criminosos atirou
nove vezes contra um vigia de um
prédio que havia visto a cena, mas
ele não foi ferido.
Paulo Alves, que faz atendimento no Bradesco da Vila Olímpia,
trabalhou sob tensão. "Se gritarem para ir para o chão, vamos
para o chão sem pensar duas vezes. Trabalhamos com um olho lá
[na rua] e outro cá [na agência]."
No Bradesco da rua São João
Clímaco (zona sul), havia pelo
menos 25 buracos de balas. Mesmo assim, a agência funcionou
normalmente. "Medo eu tenho.
Se pudesse, ficaria em casa. Mas
tenho conta para pagar e, mesmo
com esse caos, o governo depois
cobrará juros", disse a cliente Doralice Andrade Pereira, 34.
A Febraban "entende que o governo, nas suas várias instâncias,
deve agir com firmeza e rigor contra a onda de violência".
Colaborou a Agência Folha
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