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MEC mantém universidades no conselho da educação
Três conselheiros de instituições públicas e privadas foram nomeados para o órgão
Um dos conselheiros é Milton Linhares, vice-reitor da Uniban, cujo curso de direito em SP é alvo de processo de supervisão do MEC
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
Após anunciar a retirada de
associações de representantes
de universidades da lista de entidades que indicam membros
para o CNE (Conselho Nacional de Educação), o governo federal decidiu nomear para o órgão dois dirigentes de universidades federais e reconduzir o
vice-reitor de uma instituição
de ensino superior privada.
Os três nomes reconduzidos
pelo governo também haviam
sido indicados antes por associações de dirigentes de estabelecimentos de ensino.
Os integrantes do conselho
são indicados pelo governo ou
por entidades ligadas à educação e nomeados pelo presidente da República. No início do
ano, o MEC disse que associações de universidades não mais
indicariam nomes ao CNE para
evitar conflito de interesses entre os integrantes do órgão e as
entidades que os indicaram.
O CNE é responsável por, entre outras atribuições, avaliar o
credenciamento de novos cursos universitários e pelo reconhecimento de instituições como centros universitários ou
universidades, o que lhes dá liberdade para ampliar vagas.
Para o secretário-executivo
da Andifes (associação de reitores das federais), Gustavo Balduino, a exclusão do processo
das entidades que representam
universidades não mudou o
perfil do conselho.
Um dos três conselheiros reconduzidos é Milton Linhares,
vice-reitor da Uniban. O curso
de direito da instituição em São
Paulo é hoje alvo de um processo de supervisão do MEC devido às notas baixas obtidas por
seus alunos no Enade (exame
do governo federal). Foram nomeados ainda o reitor da
UFMT (Universidade Federal
do Mato Grosso), Paulo Speller,
e a reitora da Unipampa (Universidade Federal do Pampa),
Maria Beatriz Moreira Luce.
A UNE (União Nacional dos
Estudantes) indicou dois dirigentes de universidades para o
conselho -o reitor da UFMT, o
vice-reitor da Uniban-, além
de Antonio Carlos Caruso Ronca, ex-reitor da PUC-SP. Segundo a entidade, o objetivo foi
escolher pessoas ligadas aos
três segmentos do ensino superior -público, privado com fins
lucrativos e comunitário.
Entre os três conselheiros
que saíram e não foram reconduzidos, está a filósofa e professora da USP Marilena Chauí.
O MEC afirmou, por meio de
sua assessoria de imprensa, que
"todos os conselheiros que foram indicados anteriormente
pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva que podiam e manifestaram intenção de continuar
foram reconduzidos".
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