São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 2008

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MEC mantém universidades no conselho da educação

Três conselheiros de instituições públicas e privadas foram nomeados para o órgão

Um dos conselheiros é Milton Linhares, vice-reitor da Uniban, cujo curso de direito em SP é alvo de processo de supervisão do MEC

ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO

Após anunciar a retirada de associações de representantes de universidades da lista de entidades que indicam membros para o CNE (Conselho Nacional de Educação), o governo federal decidiu nomear para o órgão dois dirigentes de universidades federais e reconduzir o vice-reitor de uma instituição de ensino superior privada.
Os três nomes reconduzidos pelo governo também haviam sido indicados antes por associações de dirigentes de estabelecimentos de ensino.
Os integrantes do conselho são indicados pelo governo ou por entidades ligadas à educação e nomeados pelo presidente da República. No início do ano, o MEC disse que associações de universidades não mais indicariam nomes ao CNE para evitar conflito de interesses entre os integrantes do órgão e as entidades que os indicaram.
O CNE é responsável por, entre outras atribuições, avaliar o credenciamento de novos cursos universitários e pelo reconhecimento de instituições como centros universitários ou universidades, o que lhes dá liberdade para ampliar vagas.
Para o secretário-executivo da Andifes (associação de reitores das federais), Gustavo Balduino, a exclusão do processo das entidades que representam universidades não mudou o perfil do conselho.
Um dos três conselheiros reconduzidos é Milton Linhares, vice-reitor da Uniban. O curso de direito da instituição em São Paulo é hoje alvo de um processo de supervisão do MEC devido às notas baixas obtidas por seus alunos no Enade (exame do governo federal). Foram nomeados ainda o reitor da UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso), Paulo Speller, e a reitora da Unipampa (Universidade Federal do Pampa), Maria Beatriz Moreira Luce.
A UNE (União Nacional dos Estudantes) indicou dois dirigentes de universidades para o conselho -o reitor da UFMT, o vice-reitor da Uniban-, além de Antonio Carlos Caruso Ronca, ex-reitor da PUC-SP. Segundo a entidade, o objetivo foi escolher pessoas ligadas aos três segmentos do ensino superior -público, privado com fins lucrativos e comunitário.
Entre os três conselheiros que saíram e não foram reconduzidos, está a filósofa e professora da USP Marilena Chauí.
O MEC afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "todos os conselheiros que foram indicados anteriormente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva que podiam e manifestaram intenção de continuar foram reconduzidos".


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