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DESTRUIÇÃO
Ventos de até 120 km\h provocam a morte de três pessoas, ferem 76 e deixam cidade sem luz, água e telefone
Vendaval deixa 80% das casas no chão
JOSÉ MASCHIO
da Agência Folha, em Nova Laranjeiras
O vendaval que atingiu Nova Laranjeiras (398 km a oeste de Curitiba-PR) no início da noite da última sexta-feira deixou 80% das casas da cidade no chão. Os ventos
atingiram 120 km por hora.
Além das três mortes anunciadas
anteontem, a Defesa Civil do Paraná tentava até a tarde de ontem
confirmar outras duas mortes entre os 76 feridos.
Segundo o capitão Sérgio Gonçalves de Oliveira, coordenador da
Defesa Civil do Paraná no município, a informação de que uma
criança e uma mulher haviam
morrido em hospitais da região
não era oficial. "Existe muita dificuldade para checar esses óbitos."
O município continuava ontem
sem energia elétrica, água tratada e
serviço telefônico. Na sede da prefeitura, alagada e com problemas
de infiltração, a Defesa Civil tentava organizar a recuperação das casas e o atendimento à população.
Segundo o prefeito José Lineu
Gomes (PMDB), os ventos destruíram 80% das casas da zona urbana e atingiram parcialmente o
restante.
"O vendaval destruiu tudo, restou apenas o povo e a sua força para reerguer a cidade. Tenho certeza
que vamos conseguir reconstrui-la", disse o prefeito.
Gomes e o vice-prefeito, James
Guido Xavier (PSDB), tiveram
suas casas totalmente destruídas.
Na casa do prefeito, de alvenaria,
sobraram apenas os pilares de sustentação.
Ontem, Gomes e Xavier começaram a realizar um levantamento
completo dos prejuízos causados
pelo vendaval. O levantamento vai
contabilizar também os prejuízos
nas áreas rurais do município.
Segundo Xavier, os distritos
mais atingidos foram Linha Pessegueiro (3 km do centro), Linha
Giarolo (4,5 km do centro), Rio
Pereira (6 km do centro) e Coxo
Grande (12 km do centro).
Mortos
Em Coxo Grande, a força dos
ventos jogou uma égua sobre uma
árvore a mais de 50 metros de distância. O animal ficou espetado no
galho da árvore a uma altura de
mais de 15 metros.
Também em Coxo Grande foi registrada a única morte na zona rural. O adolescente Claudionor da
Silva, 15, morreu depois de ter sido
arremessado a uma distância
aproximada de 60 metros.
Os outros mortos confirmados
são Celso Alves Nunes, 40, soterrado pelos escombros de uma oficina mecânica e Martina Mussilini, 65, que não resistiu a fraturas
expostas. Ela foi jogada junto com
sua casa a uma distância de 20 metros.
Segundo o prefeito Gomes, o furacão não provocou mais mortes
em Nova Laranjeiras em razão do
horário. "Se fosse à noite, quando
todos estão em casa, hoje metade
da cidade estaria morta."
No horário do vendaval, por volta das 17h, a maioria da população
estava na área comercial da cidade, a menos atingida pelos ventos.
A localização geográfica de Nova
Laranjeiras, situada em um fundo
de vale às margens da BR-277 (que
liga Curitiba a Foz do Iguaçu), é
apontada pelo capitão Gonçalves
como o principal fator responsável pela catástrofe.
"O vale canalizou pequenos tornados, vindos de três direções, que
se encontraram em Nova Laranjeiras e provocaram o vendaval."
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