São Paulo, segunda, 16 de junho de 1997.



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'Nem em filme vi algo parecido'

em Nova Laranjeiras (PR)

A auxiliar de enfermagem Edicléia da Rosa, 19, só ficou sabendo que "não tinha mais casa" na madrugada de sábado em um hospital de Laranjeiras do Sul. Funcionária do único Posto de saúde de Nova Laranjeiras, ela foi uma das primeiras pessoas a prestar socorro às vítimas do vendaval.
"Depois do vendaval, eu saí do posto de saúde e já comecei a encontrar feridos." Ela disse que as primeiras pessoas que atendeu foram três crianças com ferimentos leves e uma mulher "possivelmente com hemorragia interna".
Por volta das 19h, Edicléia acompanhou uma mulher com um adolescente desmaiado até um hospital de Laranjeiras do Sul. Era o garoto Claudionor da Silva, 15, que morreu antes de ser atendido.
Segundo a enfermeira, na madrugada de sábado um tio chegou ferido ao hospital e disse que a casa dela havia sido destruída.
Ela disse que foi tudo rápido e diferente. "Impressionante, nem em filme vi algo parecido."
De acordo com Edicléia, a chuva começou forte, seguida de vento, e de repente "só se via uma chuva vermelha, era terra sendo levantada junto com a água".
Do posto de saúde municipal, onde estava com outras seis mulheres, Edicléia disse que viu pessoas se abraçando a postes e árvores para não serem levadas.
"O mais impressionante foi ver uma carreta carregada, ser levada por quase 100 metros como se fosse um brinquedo de papel."



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