São Paulo, sábado, 16 de junho de 2001

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PÂNICO EM BARUERI

Para gerente, "foi sorte muito grande não ter ocorrido" incêndio; Dersa e empreiteira podem ser multadas

Só faltou ignição para explosão, diz Cetesb

DA REPORTAGEM LOCAL

Medição feita pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) apontou alto risco de explosão em galerias próximas ao duto que foi perfurado ontem em Barueri (Grande São Paulo), segundo o gerente de operações de emergência da empresa, Edson Haddad.
"Em vários momentos, a concentração [de gás" estava altíssima em diversas áreas próximas. Bastava uma fonte de ignição para provocar um incêndio ou uma explosão. Foi uma sorte muito grande isso não ter ocorrido", disse.
As medições, feitas com explosímetros (equipamentos que medem a concentração de vapor inflamável no ambiente), serviram para orientar os bombeiros no trabalho de dispersão do gás com jatos de água.
"Se houvesse qualquer faísca, poderia ter acontecido uma grande catástrofe. A explosão poderia romper a canalização e isso teria grandes proporções. À medida que o gás fosse se misturando com o oxigênio, iria queimar", disse Rogério Cezar de Cerqueira Leite, físico, professor emérito da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e membro do Conselho Editorial da Folha.
O gerente da Cetesb classificou o incidente como de "extrema gravidade" e disse que a companhia poderá autuar e multar a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.), contratante da obra que provocou o acidente, e a construtora Queiroz Galvão, empreiteira que executava o serviço.
O valor da multa deve ser definido até segunda-feira. A maior punição possível para a Dersa e a Queiroz Galvão seria ter de pagar até R$ 98 mil cada uma.
A multa seria aplicada pelo vazamento de gás e pelo odor gerado na região, pela contaminação de um córrego e pelos riscos de incêndio e de explosão a que estiveram sujeitos os moradores.
Há também uma possibilidade de o incidente ser classificado pela Cetesb como "crime ambiental", o que aumentaria o valor da multa, de acordo com o gerente.
A decisão dependerá da análise, por parte da companhia, de aspectos do acidente, como eventual despreparo dos funcionários que provocaram o vazamento.
Em qualquer um dos casos, a multa poderá ser aplicada pelo fato de a Dersa ser a contratante da obra e a construtora estar executando o serviço que acabou provocando o vazamento.
Pelo monitoramento feito pela Cetesb, ontem já estavam sendo feitos trabalhos para conter um vazamento de gasolina em um córrego próximo ao duto.


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