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PÂNICO EM BARUERI
Para gerente, "foi sorte muito grande não ter ocorrido" incêndio; Dersa e empreiteira podem ser multadas
Só faltou ignição para explosão, diz Cetesb
DA REPORTAGEM LOCAL
Medição feita pela Cetesb
(Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) apontou
alto risco de explosão em galerias
próximas ao duto que foi perfurado ontem em Barueri (Grande
São Paulo), segundo o gerente de
operações de emergência da empresa, Edson Haddad.
"Em vários momentos, a concentração [de gás" estava altíssima em diversas áreas próximas.
Bastava uma fonte de ignição para
provocar um incêndio ou uma explosão. Foi uma sorte muito grande isso não ter ocorrido", disse.
As medições, feitas com explosímetros (equipamentos que medem a concentração de vapor inflamável no ambiente), serviram
para orientar os bombeiros no
trabalho de dispersão do gás com
jatos de água.
"Se houvesse qualquer faísca,
poderia ter acontecido uma grande catástrofe. A explosão poderia
romper a canalização e isso teria
grandes proporções. À medida
que o gás fosse se misturando
com o oxigênio, iria queimar",
disse Rogério Cezar de Cerqueira
Leite, físico, professor emérito da
Unicamp (Universidade Estadual
de Campinas) e membro do Conselho Editorial da Folha.
O gerente da Cetesb classificou
o incidente como de "extrema
gravidade" e disse que a companhia poderá autuar e multar a
Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.), contratante da obra
que provocou o acidente, e a
construtora Queiroz Galvão, empreiteira que executava o serviço.
O valor da multa deve ser definido até segunda-feira. A maior punição possível para a Dersa e a
Queiroz Galvão seria ter de pagar
até R$ 98 mil cada uma.
A multa seria aplicada pelo vazamento de gás e pelo odor gerado na região, pela contaminação
de um córrego e pelos riscos de
incêndio e de explosão a que estiveram sujeitos os moradores.
Há também uma possibilidade
de o incidente ser classificado pela
Cetesb como "crime ambiental",
o que aumentaria o valor da multa, de acordo com o gerente.
A decisão dependerá da análise,
por parte da companhia, de aspectos do acidente, como eventual despreparo dos funcionários
que provocaram o vazamento.
Em qualquer um dos casos, a
multa poderá ser aplicada pelo fato de a Dersa ser a contratante da
obra e a construtora estar executando o serviço que acabou provocando o vazamento.
Pelo monitoramento feito pela
Cetesb, ontem já estavam sendo
feitos trabalhos para conter um
vazamento de gasolina em um
córrego próximo ao duto.
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