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22 passaram mal por inalação de gás
MELISSA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Segundo a Defesa Civil de Osasco, 22 pessoas passaram mal por
causa do gás que vazou ontem de
uma tubulação da Petrobras em
Barueri e foram encaminhadas ao
pronto-socorro de Mutinga. Cinco delas ficaram em observação
por mais tempo por apresentarem dor de cabeça e náusea.
Funcionários do pronto-socorro informaram que a maioria dos
pacientes apresentava dificuldades para respirar. Eles foram medicados e liberados em seguida.
De acordo com Eudes Oliveira
da Silva, coordenador de operação da Defesa Civil que estava
presente no local do acidente após
as 17h30, quando os técnicos da
Petrobras disseram que não havia
mais riscos em permanecer no local, moradores de várias casas da
região começaram a sentir os efeitos do gás no organismo.
Segundo Silva, isso aconteceu
porque os técnicos lavaram a tubulação, o que fez com que o gás
que ainda estava presente saísse,
saindo para a atmosfera e, consequentemente, para as casas dos
moradores que ainda não haviam
sido retirados do local.
"Mesmo o pessoal da Defesa Civil que estava sem máscara chegou a passar mal. Tivemos que retirar mais moradores de suas casas. Muitas pessoas, inclusive
crianças, tiveram dificuldade para
respirar e foram atendidas pelos
enfermeiros que estavam no local", disse o coordenador.
De acordo com Silva, os moradores estavam nervosos e corriam
com seus pertences, mas a maioria deles acabava caindo por não
conseguir respirar.
"O número de pessoas que passou mal é muito grande, nós não
conseguimos precisar. Elas precisaram de máscaras de oxigênio
para poder respirar", afirma.
Segundo Silva, a Defesa Civil organizou três pontos de deslocamento dos moradores da região.
O trabalho dos bombeiros ficou
mais difícil, afirma, porque tiveram que aumentar o cordão de
isolamento no local, com a dispersão do gás por causa da lavagem da tubulação.
O GLP (gás liquefeito de petróleo, o gás de cozinha), que vazou
ontem da tubulação, é inflamável,
explosivo, e pode levar à morte se
for inalado em grandes concentrações, principalmente em ambientes fechados.
De acordo com o pneumologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Clystenes
Odir Soares Silva, mesmo em
concentrações menores, o GLP
causa náusea, dor de cabeça e incômodo. "Doenças respiratórias
como asma e bronquite podem
ser agravadas se o gás for inalado.
Uma grande quantidade de GLP
leva a uma deficiência de oxigenação cerebral e pode matar."
O GLP é uma mistura de butano
e propano, compostos formados
por hidrogênio e carbono. A
substância é líquida quando mantida dentro de botijões ou tubulações, mas torna-se gasosa em
contato com a atmosfera.
"Na forma de gás, o GLP é facilmente dispersado. Isso tem um
lado bom, porque evita grandes
concentrações do gás, que pode
explodir, mas faz com que a substância alcance lugares distantes",
diz a química da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Araraquara Mary Rosa Santiago Silva.
Em concentrações menores, segundo a especialista, o gás tem
menor risco de entrar em combustão, mas, em ambientes fechados, é asfixiante e pode explodir
por qualquer faísca ou atrito.
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