São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 2011

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Brasileiros são acusados por rede de prostituição

Segundo Justiça dos EUA, grupo estimulava mulheres com dívidas a trabalhar em casas de striptease e a se prostituir

Rede facilitava entrada de imigrantes ilegais no país e cobrava deUS$ 13 mil a US$ 25 mil, dependendo da rota


ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

Um grupo de brasileiros é acusado nos EUA de chefiar rede que facilitava entrada de imigrantes ilegais no país -vindos principalmente do Brasil e da Índia. O valor cobrado ia de US$ 13 mil a US$ 25 mil (R$ 21 mil a R$ 40 mil).
Mulheres que tinham dívidas com o grupo eram incentivadas a trabalhar em casas de striptease -as que não conseguiam quitá-las eram estimuladas a se prostituir.
O imigrante que não tinha o valor total precisava dar garantias -como um imóvel. A família, no país de origem, dos que atrasavam pagamento era ameaçada.
A rede, diz a Justiça dos EUA, durou do início de 2008 até a prisão, na sexta-feira, de 5 dos 6 integrantes.
Os detidos são Nacip Teotonio Pires, Rubens da Silva, Sanderlei Alves da Cruz, Francismar Silva da Conceição e Claudinei Pereira Mota.
A sexta suspeita, Priscila (o sobrenome é desconhecido das autoridades americanas), está foragida.
O grupo tinha três braços nos EUA -Nova Jersey, Texas e Massachusetts- e atuava com duas rotas para levar os imigrantes ao país.
O caminho mais comum, segundo as gravações telefônicas, era pela fronteira do México com os EUA.
Os imigrantes (muitos de Goiás, Paraná e Minas) iam de voos comerciais até a capital mexicana e, dali, de ônibus para a fronteira. Para entrar nos EUA, os imigrantes andavam a pé pelo deserto, caminhavam por túneis secretos ou iam escondidos em caminhões.
A outra rota era pelo Caribe, indo para localidades como República Dominicana.
Esse caminho, porém, não era o preferido. Apesar de as prisões não serem frequentes, a espera era longa, podia demorar até três meses.
"Você quer chegar logo. Principalmente se a menina é bonita, para que ela possa trabalhar", diz Pires em uma das conversas gravadas. Ele fala ainda que só traz mulheres para Newark (Nova Jersey) para trabalhar em hotéis ou casas de striptease.

OUTRO LADO
Os advogados de Pires e de Conceição disseram que não se pronunciariam. Já o defensor de Mota não telefonou de volta para a Folha. O Departamento de Justiça não soube informar os nomes dos advogados de Cruz e Silva.


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