da Reportagem Local

Autora do relato mais contundente e detalhado feito durante toda a investigação da máfia da propina, Tânia de Paula, a ex-assessora e namorada do vereador Vicente Viscome (sem partido), concorda com as demais testemunhas. "As consequências vão recair sobre nós, os denunciantes", diz ela.
"Fui a Maria Madalena da CPI", dispara. "Atirei para todos os lados, ajudei, mas não há interesse político para garantir a continuidade das apurações", declarou.
"Os vereadores foram muito vaidosos e o inimigo, a situação, avançou. Só que o ano que vem tem eleição e a gente não pode esquecer que o povo tem o governo que merece."
Tânia reclama que, dos acusados de envolvimento no esquema de corrupção da Regional da Penha, ela foi a única que perdeu o emprego. Tânia trabalhava na Câmara, foi exonerada e hoje, diz, vive de economias e da aposentadoria da mãe, Afrânia Coelho de Paula.
Evitando comentar os motivos que a levaram a negar na Justiça a existência do esquema de corrupção. Tânia disse apenas que, "se pudesse voltar no tempo, ficaria completamente calada".
"A gente está vendo o que sempre viu: a corda romper do lado mais fraco. Não acredito que alguém chegue aos verdadeiros mandantes de tudo isso."
A ex-assessora diz sentir como se um furacão tivesse passado por sua vida. Narra problemas com os filhos, que tiveram abalos emocionais com sua exposição e com seus relatos, e afirma não saber o que fazer daqui em diante. "Vou procurar emprego onde?" (SC)


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