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Ovídio de Angelis afirma que a retomada do investimento em saneamento depende da equipe econômica
Ajuste fiscal afeta recursos, diz ministro
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Sedu (Secretaria
Especial de Desenvolvimento Urbano), Ovídio de Angelis, admite
que no período de 98 a 99 houve
redução dos investimentos na
área de saneamento básico. No
entanto ressalta que ações do governo federal comprovam a intenção de investir, especialmente
nas regiões mais pobres do país.
"O governo chegou a cumprir a
meta de investimentos no ano de
97, mas fomos paralisados pela
necessidade do ajuste fiscal", diz.
Segundo ele, o ajuste foi "considerado uma imperiosa" necessidade
nacional. Além disso, "contou
com o apoio da sociedade", afirma o ministro, que de Paris falou
com a Folha por telefone.
A "intenção" de investimento a
qual se refere o ministro são os recursos do Orçamento Geral da
União que, segundo ele, foram liberados nos últimos dois anos.
Ele cita também dois financiamentos que estão em fase de negociação com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento)
e o Bird (Banco Mundial), no valor de R$ 700 milhões. Informa
que esse dinheiro beneficiará o
Norte, o Nordeste e o Centro-Oeste, as regiões mais carentes.
De Angelis diz que todos os caminhos para a retomada dos investimentos no setor passam pela
aprovação da equipe econômica.
"Estou confiante no ministro
Pedro Malan. Ele se mostrou muito sensível na última reunião", diz
o titular da Sedu. De Angelis acaba de enviar ao Ministério da Fazenda uma exposição de motivos
sobre a necessidade de recursos
para o setor.
A principal proposta da Sedu
para a retomada dos investimentos é a flexibilização das regras de
concessão de financiamento do
FGTS para as companhias de saneamento.
Pela proposta, a concessão seria
feita da seguinte forma: as empresas que conseguiram reduzir perdas operacionais e equilibrar despesa e receita estariam aptas a receber financiamento. As empresas com pequenos problemas
operacionais teriam de apresentar estabilidade em um período
de carência estabelecido no contrato de financiamento.
Com isso, o número de empresas que poderiam se candidatar
ao financiamento seria aumentado de 3 para 11. "Isso beneficiaria
70% da população", diz.
O ministro afirma que a privatização do setor não é prioridade
no momento. Essa questão, segundo ele, ficará clara com a tramitação dos projetos de lei que
vão decidir se a titularidade das
concessões é do Estado ou se é do
município.
GABRIELA ATHIAS
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