São Paulo, domingo, 16 de julho de 2000


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Alunos de escolas públicas ficam sem opção

DA REDAÇÃO

O período de recesso, como são chamadas as férias de julho pelas secretarias municipais e estaduais da Educação, significa portões fechados em quase todas as escolas públicas da cidade de São Paulo.
Das 834 escolas municipais, segundo a Secretaria da Educação, apenas 2 oferecem algum tipo de atividade aos cerca de 900 mil alunos da rede durante as férias.
A situação é ainda pior entre as escolas estaduais. De acordo com a Secretaria da Educação, o Estado não tem hoje nenhum tipo de projeto voltado para o período de recesso. O que há são iniciativas de um ou outro diretor de escola, mas, na semana passada, o governo não as contabilizava.
Na cidade, existem mais de mil escolas estaduais (e mais de 1,3 milhões de alunos). Dessas, 686 repõem aulas devido à greve de 48 dias dos professores neste ano.
Até mesmo o programa estadual Parceiro do Futuro, que prevê atividades culturais e esportivas no fim-de-semana, sobretudo em escolas localizadas em áreas consideradas violentas, está suspenso e deve voltar em agosto.
Só duas escolas municipais adotaram neste mês o Projeto Férias, criado em 91 na gestão de Luiza Erundina. As atividades começaram na quinta e acabarão dia 25.
O objetivo do projeto, que envolve várias secretarias, é promover atividades culturais e esportivas coordenadas por professores. A participação não é obrigatória: o "convite" às escolas é feito por meio de uma publicação no "Diário Oficial" do Município. Aceitar participar do projeto significa dispor de professores e funcionários para trabalhar nas férias letivas.
O secretário municipal da Educação de São Paulo, João Gualberto, foi procurado anteontem e quinta-feira, mas não foi localizado para comentar a baixa adesão das escolas ao projeto.
Para a assessora Mara Teresinha Sá de Souza, da 10ª Delegacia Regional de Educação Municipal, a falta de funcionários e professores, que na maioria dos casos estão em recesso, dificulta a participação das escolas no projeto.
Das 75 escolas que fazem parte dessa delegacia, apenas a Escola Municipal de Ensino Fundamental Senador Lino de Mattos promove atividades nas férias.
Situada na periferia da zona leste da cidade (em Ermelino Matarazzo), a unidade tem 1.826 estudantes (a partir dos 7 anos).
Pelo menos 400 crianças (entre 7 e 14 anos) se inscreveram para participar das atividades, de manhã. Na quinta-feira, os alunos ouviram histórias contadas por profissionais que oferecem atividades culturais gratuitas (como o próprio contador de histórias e teatro). Um grupo de 12 professores trabalha no projeto.
Também situada na periferia, na zona sul, a General Charles de Gaulle é outra escola que mantém seus portões abertos nas férias. Dois professores trabalham e 60 alunos participam do projeto.
Nos 37 centros esportivos da prefeitura, existe, desde 98, também um projeto de atividades de lazer e recreação em julho.


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