|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Alunos de escolas públicas ficam sem opção
DA REDAÇÃO
O período de recesso, como são
chamadas as férias de julho pelas
secretarias municipais e estaduais
da Educação, significa portões fechados em quase todas as escolas
públicas da cidade de São Paulo.
Das 834 escolas municipais, segundo a Secretaria da Educação,
apenas 2 oferecem algum tipo de
atividade aos cerca de 900 mil alunos da rede durante as férias.
A situação é ainda pior entre as
escolas estaduais. De acordo com
a Secretaria da Educação, o Estado não tem hoje nenhum tipo de
projeto voltado para o período de
recesso. O que há são iniciativas
de um ou outro diretor de escola,
mas, na semana passada, o governo não as contabilizava.
Na cidade, existem mais de mil
escolas estaduais (e mais de 1,3
milhões de alunos). Dessas, 686
repõem aulas devido à greve de 48
dias dos professores neste ano.
Até mesmo o programa estadual Parceiro do Futuro, que prevê atividades culturais e esportivas no fim-de-semana, sobretudo
em escolas localizadas em áreas
consideradas violentas, está suspenso e deve voltar em agosto.
Só duas escolas municipais adotaram neste mês o Projeto Férias,
criado em 91 na gestão de Luiza
Erundina. As atividades começaram na quinta e acabarão dia 25.
O objetivo do projeto, que envolve várias secretarias, é promover atividades culturais e esportivas coordenadas por professores.
A participação não é obrigatória:
o "convite" às escolas é feito por
meio de uma publicação no "Diário Oficial" do Município. Aceitar
participar do projeto significa dispor de professores e funcionários
para trabalhar nas férias letivas.
O secretário municipal da Educação de São Paulo, João Gualberto, foi procurado anteontem e
quinta-feira, mas não foi localizado para comentar a baixa adesão
das escolas ao projeto.
Para a assessora Mara Teresinha Sá de Souza, da 10ª Delegacia
Regional de Educação Municipal,
a falta de funcionários e professores, que na maioria dos casos estão em recesso, dificulta a participação das escolas no projeto.
Das 75 escolas que fazem parte
dessa delegacia, apenas a Escola
Municipal de Ensino Fundamental Senador Lino de Mattos promove atividades nas férias.
Situada na periferia da zona leste da cidade (em Ermelino Matarazzo), a unidade tem 1.826 estudantes (a partir dos 7 anos).
Pelo menos 400 crianças (entre
7 e 14 anos) se inscreveram para
participar das atividades, de manhã. Na quinta-feira, os alunos
ouviram histórias contadas por
profissionais que oferecem atividades culturais gratuitas (como o
próprio contador de histórias e
teatro). Um grupo de 12 professores trabalha no projeto.
Também situada na periferia,
na zona sul, a General Charles de
Gaulle é outra escola que mantém
seus portões abertos nas férias.
Dois professores trabalham e 60
alunos participam do projeto.
Nos 37 centros esportivos da
prefeitura, existe, desde 98, também um projeto de atividades de
lazer e recreação em julho.
Texto Anterior: Volta às aulas exige preparação Próximo Texto: Inverno: Esporte radical é nova opção em Campos Índice
|