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PENEIRA JURÍDICA
Na 1ª fase, candidatos terão que acertar 50, e não mais 46, das 100 questões; norma é do conselho federal
Aumenta a nota mínima para exame da OAB
SIMONE HARNIK
DA REPORTAGEM LOCAL
A OAB (Ordem dos Advogados
do Brasil) de São Paulo vai aumentar a nota mínima necessária
para aprovação na primeira fase
do exame da categoria. A partir da
próxima prova, os candidatos terão que acertar 50 questões, e não
mais 46, para chegar à segunda fase. Isso poderá elevar o percentual
de reprovação, que bateu recorde
neste ano e atingiu 87,8% na primeira fase -e 92,8% nas duas fases, outro recorde.
De acordo com o presidente da
OAB de São Paulo, Luiz Flávio
Borges D'Urso, a mudança aconteceu para atender uma norma do
Conselho Federal da Ordem.
Uma resolução, publicada no dia
3 de maio, exige o acerto de, no
mínimo, 50% das questões nos
exames de todo o Brasil.
"Essa é uma determinação do
Conselho Federal, não temos alternativa a não ser acatar. A proposta do conselho é arredondar o
número de pontos e não ter dificuldade com notas quebradas",
explicou D'Urso.
O presidente da OAB de São
Paulo afirma que não deverá haver mudança nenhuma no teor
das questões.
"Não tenho previsão de como
vai ser o impacto da mudança. Estamos com uma expectativa muito grande nessa primeira prova
para analisar as conseqüências na
aprovação", afirmou.
O próximo exame da Ordem
em São Paulo acontece em agosto
e setembro e terá as inscrições
abertas a partir de segunda-feira.
A primeira fase da prova é eliminatória e é composta por cem
questões de múltipla escolha com
quatro alternativas, das quais o
candidato deverá acertar 50.
A segunda fase é dissertativa e
contém a redação de uma peça,
além de quatro questões práticas.
A aprovação no exame da Ordem
é necessária para exercer a profissão de advogado.
Para o diretor da Faculdade de
Direito da PUC (Pontifícia Universidade Católica) São Paulo,
Dirceu de Melo, a mudança é boa:
"A situação atual da formação dos
estudantes é muito ruim e o rigor
se justifica", afirmou.
Eduardo Vita Marchi, diretor da
Faculdade de Direito da USP
(Universidade de São Paulo),
também espera que o aumento de
dificuldade seja mantido. "Tudo
depende de como as questões vão
ser preparadas. Espero que o rigor
continue. Se se mantiver o grau de
dificuldade, vai aumentar o número de reprovações."
"Acho que a mudança faz parte
do processo de tornar a prova
mais rigorosa. Já esperávamos
por isso, mas vai prejudicar um
pouco o candidato. Muita gente se
beneficiava da nota de corte",
afirmou Ângela Machado, diretora pedagógica do Curso Prima, de
São Paulo, que prepara candidatos para o exame.
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