São Paulo, sábado, 16 de julho de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PENEIRA JURÍDICA

Na 1ª fase, candidatos terão que acertar 50, e não mais 46, das 100 questões; norma é do conselho federal

Aumenta a nota mínima para exame da OAB

SIMONE HARNIK
DA REPORTAGEM LOCAL

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo vai aumentar a nota mínima necessária para aprovação na primeira fase do exame da categoria. A partir da próxima prova, os candidatos terão que acertar 50 questões, e não mais 46, para chegar à segunda fase. Isso poderá elevar o percentual de reprovação, que bateu recorde neste ano e atingiu 87,8% na primeira fase -e 92,8% nas duas fases, outro recorde.
De acordo com o presidente da OAB de São Paulo, Luiz Flávio Borges D'Urso, a mudança aconteceu para atender uma norma do Conselho Federal da Ordem. Uma resolução, publicada no dia 3 de maio, exige o acerto de, no mínimo, 50% das questões nos exames de todo o Brasil.
"Essa é uma determinação do Conselho Federal, não temos alternativa a não ser acatar. A proposta do conselho é arredondar o número de pontos e não ter dificuldade com notas quebradas", explicou D'Urso.
O presidente da OAB de São Paulo afirma que não deverá haver mudança nenhuma no teor das questões.
"Não tenho previsão de como vai ser o impacto da mudança. Estamos com uma expectativa muito grande nessa primeira prova para analisar as conseqüências na aprovação", afirmou.
O próximo exame da Ordem em São Paulo acontece em agosto e setembro e terá as inscrições abertas a partir de segunda-feira. A primeira fase da prova é eliminatória e é composta por cem questões de múltipla escolha com quatro alternativas, das quais o candidato deverá acertar 50.
A segunda fase é dissertativa e contém a redação de uma peça, além de quatro questões práticas. A aprovação no exame da Ordem é necessária para exercer a profissão de advogado.
Para o diretor da Faculdade de Direito da PUC (Pontifícia Universidade Católica) São Paulo, Dirceu de Melo, a mudança é boa: "A situação atual da formação dos estudantes é muito ruim e o rigor se justifica", afirmou.
Eduardo Vita Marchi, diretor da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo), também espera que o aumento de dificuldade seja mantido. "Tudo depende de como as questões vão ser preparadas. Espero que o rigor continue. Se se mantiver o grau de dificuldade, vai aumentar o número de reprovações."
"Acho que a mudança faz parte do processo de tornar a prova mais rigorosa. Já esperávamos por isso, mas vai prejudicar um pouco o candidato. Muita gente se beneficiava da nota de corte", afirmou Ângela Machado, diretora pedagógica do Curso Prima, de São Paulo, que prepara candidatos para o exame.


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: Justiça: Apartamento em que Sérgio Naya mora é arrematado em leilão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.