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Apreensão de veículos pela PM cresce 734%
No primeiro semestre, corporação apreendeu na cidade de SP 8,3 vezes o total recolhido no mesmo período de 2008
Aumento se deve a convênio com a prefeitura, que cedeu 40 guinchos e abriu 4 pátios; para especialistas, alta é positiva, mas ainda pequena
AFONSO BENITES
DA REPORTAGEM LOCAL
No primeiro semestre deste
ano, a Polícia Militar apreendeu na cidade de São Paulo 8,3
vezes o total de carros e motos
recolhidos no mesmo período
de 2008. O aumento se deve a
um convênio com a prefeitura,
que cedeu 40 guinchos e abriu
quatro novos pátios.
Antes, apenas cinco guinchos
da própria PM eram usados e só
três pátios do Detran (Departamento Estadual de Trânsito)
estavam disponíveis.
"Por falta de meios, deixamos de apreender vários veículos [em 2008]", diz o major Denílson Storai de Barros, comandante interino do 34º Batalhão,
que é responsável pelas principais autuações de trânsito.
Enquanto no ano passado a
PM apreendia, em média, cinco
veículos irregulares por dia,
neste ano foram 44. Entre janeiro e junho de 2008 houve
964 apreensões. No mesmo período de 2009, foram 8.047 (alta de 734%). Como os dados são
do 34º Batalhão, é possível que
haja diferença, pois policiais de
qualquer batalhão podem fazer
autuações de trânsito.
Dentre as principais infrações à lei, segundo a PM, estão
licenciamento vencido, placas
com defeitos de identificação e
dirigir sem habilitação.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) também
realiza a fiscalização e a remoção de veículos, mas, ao contrário da PM, que pode fazer blitze, só retém os automóveis estacionados em locais proibidos.
A companhia guinchou, neste ano, 2.957 veículos -não fez
comparativo porque no ano
passado não dispunha de guinchos para fazer a remoção.
Mais caro
Quem teve o veículo apreendido neste ano deve pagar mais
para resgatá-lo. O motivo é que,
hoje, a maioria dos automóveis
é levada para o pátio da CET,
onde a diária e o transporte são
mais caros do que no Detran.
O pátio da CET é terceirizado, e a diária, de R$ 29,40, é cobrada desde o primeiro dia. No
do Detran, a diária só vale a partir do quinto dia e custa R$
17,44. Além disso, o carro levado para o pátio da CET paga R$
375 pelo transporte. Para o do
Detran, são R$ 174,35.
Os valores são definidos a
partir de decretos da prefeitura
e do governo, respectivamente.
Para especialistas, o aumento na apreensão de veículos é
pequeno diante do total estimado de automóveis irregulares. "Ao menos 20% da frota está irregular. Em São Paulo isso
é mais de 1 milhão de veículos.
Apreender 8.047 é pouco", diz o
consultor Alexandre Zum.
Jaime Waisman, professor
de engenharia de transportes
da USP, afirma que os números
representam um "pingo dentro
de um oceano", mas já são um
primeiro passo para a melhoria
da fiscalização do trânsito.
Colaborou JULIANA CARIELLO , colaboração para a Folha
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