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EDUCAÇÃO
Ex-prefeito Cesar Maia é contra a nomeação do novo reitor da UFRJ; o governador Marcello Alencar, a favor
Nomeação de reitor vira guerra política no RJ
LUIZ ANTÔNIO RYFF
SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio
A nomeação do novo reitor da
UFRJ (Universidade Federal do
Rio de Janeiro) transcendeu o
campus da universidade e virou
uma questão político-eleitoral.
Anteontem, o candidato do PFL
ao governo do Rio, Cesar Maia,
condicionou a manutenção de seu
apoio à reeleição de Fernando
Henrique Cardoso ao afastamento
de José Vilhena do cargo de reitor
da UFRJ, escolhido pelo presidente de uma lista tríplice encabeçada
pelo professor Aloísio Teixeira
-o mais votado por professores,
funcionários e estudantes.
Ontem, o governador Marcello
Alencar (PSDB) afirmou que está
na hora de Fernando Henrique
Cardoso cobrar alguma atitude do
PFL. "Ele (Cesar Maia) está provocando. O presidente costuma
jogar essas provocações para o alto, mas isso vai chegar a um clímax. E é preciso que o presidente
cobre agora do PFL, que tem sido
um partido leal a ele. Essa atitude
do Cesar compromete o PFL."
Para ele, FHC "não pode se curvar" diante da ameaça de Cesar
Maia e que agora, após esse "desafio", é preciso manter a indicação de José Vilhena.
Recém-empossado, o reitor tem
sua nomeação contestada por cinco do seis decanos da UFRJ. E a
reitoria está ocupada pelos estudantes, o que tem levado Vilhena a
despachar fora de seu gabinete.
O governador qualificou a declaração de Maia como "impertinente, eleitoreira, insólita e ridícula."
Alencar conversou anteontem,
por telefone, com o ministro da
Educação, Paulo Renato Souza,
que, segundo o governador, recebeu as declarações de Maia como
"uma grosseria". Ele avisou ao
ministro que iria responder a Cesar Maia. "Avisei que, dessa vez,
eu iria estourar. E que ele podia
avisar ao presidente", contou.
Anteontem, em palestra no Clube de Engenharia do Rio, Maia
qualificou de "bárbara intervenção" a nomeação de Vilhena.
"Ou eles voltam atrás nessa decisão sobre a UFRJ ou eu vou tratar da minha vida política e esquecer a questão nacional", afirmou o
ex-prefeito do Rio. "Isso aqui não
é o Recreio dos Bandeirantes",
afirmou Maia, para quem a decisão do governo "fragiliza a candidatura" de FHC no Estado do Rio.
A campanha de FHC no Estado
está dividida. Os dois partidos que
sustentam sua candidatura, PSDB
e PFL, disputam a eleição ao governo do Estado. O candidato do
PSDB é o vice-governador Luiz
Paulo Corrêa da Rocha.
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