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São Paulo, sábado, 16 de agosto de 2003

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Pobreza leva crianças a abrigo

DA SUCURSAL DO RIO

A maioria (51%) das crianças em abrigos da cidade do Rio só se encontra nessa situação por causa da falta de condições materiais da família ou pela incapacidade do Estado de oferecer serviços que permitam aos pais trabalhar enquanto alguém cuide dos filhos.
Esse dado consta da pesquisa feita pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente do Rio e pelas ONGs Terra dos Homens e Excola.
"Costuma-se pensar que a principal causa de uma criança estar no abrigo é a violência. Mas essa pesquisa mostra que, se as famílias recebessem apoio do poder público, essas crianças não precisariam estar em abrigos. Na maioria dos casos, não é a violência, a droga ou o álcool que faz a família não ter condições de cuidar da criança, mas a falta de condições materiais", afirma Cláudia Cabral, diretora-executiva da Terra dos Homens.
"Por trás da criança abandonada, há também uma família abandonada", diz Enid Rocha, do Ipea.
A pesquisa mostrou também que 77% das crianças abrigadas ainda têm algum vínculo com a família, que 42% delas estão no abrigo por um período entre dois anos e cinco anos e 13%, por um período entre seis anos e dez anos.
O dado é preocupante porque o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) afirma que o abrigo deve preservar os vínculos familiares com o objetivo de reintegrar a criança na família e considera a acolhida uma medida transitória.


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