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Pobreza leva crianças a abrigo
DA SUCURSAL DO RIO
A maioria (51%) das crianças
em abrigos da cidade do Rio só se
encontra nessa situação por causa
da falta de condições materiais da
família ou pela incapacidade do
Estado de oferecer serviços que
permitam aos pais trabalhar enquanto alguém cuide dos filhos.
Esse dado consta da pesquisa
feita pelo Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente do Rio e pelas ONGs Terra
dos Homens e Excola.
"Costuma-se pensar que a principal causa de uma criança estar
no abrigo é a violência. Mas essa
pesquisa mostra que, se as famílias recebessem apoio do poder
público, essas crianças não precisariam estar em abrigos. Na
maioria dos casos, não é a violência, a droga ou o álcool que faz a
família não ter condições de cuidar da criança, mas a falta de condições materiais", afirma Cláudia
Cabral, diretora-executiva da Terra dos Homens.
"Por trás da criança abandonada, há também uma família abandonada", diz Enid Rocha, do Ipea.
A pesquisa mostrou também
que 77% das crianças abrigadas
ainda têm algum vínculo com a
família, que 42% delas estão no
abrigo por um período entre dois
anos e cinco anos e 13%, por um
período entre seis anos e dez anos.
O dado é preocupante porque o
ECA (Estatuto da Criança e do
Adolescente) afirma que o abrigo
deve preservar os vínculos familiares com o objetivo de reintegrar
a criança na família e considera a
acolhida uma medida transitória.
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