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ALDAIZA SPOSATI
Contra a crise, Sposati defende pesquisas
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao observar uma crise mundial
nas universidades, Aldaíza Sposati defende a descentralização administrativa e a ampliação de
convênios técnicos.
Folha - A senhora tem dito que a
PUC-SP está em crise. O que causou
essa situação e qual a solução?
Aldaíza Sposati - As universidades do mundo todo vivem uma
crise por causa do avanço tecnológico. Há uma nova reorganização [do ensino superior]. Hoje é
necessário ter uma perspectiva do
multiculturalismo. A construção
do saber universitário tem de ser
revista. É uma crise geral do processo de formação. Outra crise é a
do ensino superior no Brasil, que,
historicamente, teve uma construção elitista. As mensalidades
são altas, o que provoca a elitização das universidades. É algo que
se confronta com a idéia de uma
universidade voltada a novos segmentos, como defendemos.
Folha - Como estancar o déficit
atual da PUC e financiar esses novos segmentos?
Sposati - Temos de ampliar nossos serviços em potencial, como a
formação de educadores à distância. A PUC tem um quadro de
professores excelente, mas que
não tem sido envolvido na produção de novos serviços na universidade. Temos de buscar outras formas de financiamento que não
apenas as mensalidades. Quero,
por exemplo, ampliar a produção
de pesquisas.
Folha - Quais as principais qualidades e defeitos da PUC nos dias de
hoje?
Sposati - As qualidades são a excelência de sua equipe profissional e o fato de não buscar o lucro,
mesmo não sendo estatal. Mas é
preciso descentralizar a gestão do
ensino. A reitoria, que hoje realiza
todas as licitações, tem de ser apenas um dos campos da administração. Cada nível acadêmico precisa ter responsabilidade administrativa e financeira.
Folha - Nos anos 80, a PUC apoiou
a redemocratização. Nos anos 90,
reagiu ao neoliberalismo. Qual seria a sua linha para o futuro?
Sposati - A PUC teve um papel
importante na resistência ao regime militar e na democratização.
Já as reações contra o neoliberalismo foram pontuais e isoladas.
Depois disso, a universidade voltou-se para o próprio umbigo.
Nossa identidade está desgastada.
Mantendo a pluralidade, precisamos encontrar uma marca para o
século 21.
Folha - Alguns estudantes e profissionais da PUC ouvidos pela Folha criticaram o fato de a senhora
acumular um cargo na administração municipal com seu trabalho de
professora. É possível manter as
duas atividades ao mesmo tempo?
Sposati - É uma fofoca de uma
candidata que deseja reduzir meu
papel. Tenho uma das maiores
produções da universidade. Sou
referência na produção do mapa
da exclusão social em São Paulo,
que a própria Folha já publicou.
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