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"Jadson era educadíssimo", diz moradora
PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL
"O Jadson era educadíssimo, simpático, fiquei boba
quando soube", diz uma moradora do edifício onde foi
encontrado o corpo da arquiteta Jamile de Castro Nascimento, 24. Porteiro do prédio, Jadson José dos Santos é
o principal suspeito pela
morte da jovem.
Uma babá que trabalha no
prédio afirma que Santos
"sempre brincava com as
crianças, abria a porta do elevador para a gente entrar
quando estava com sacolas e
só me tratava por "senhora'".
Outra moradora conta que
Santos era afável, "uma pessoa da qual jamais se esperaria uma atitude assim". Ela
conta que o porteiro trabalhava ali havia menos de dois
meses. Diz que a empresa
terceirizada que cuidava da
segurança do prédio foi substituída. Desde então, três
porteiros já passaram por ali.
Os entrevistados pediram
para não ser identificados.
Fábio Paranhos, diretor de
RH da empresa responsável
pela instalação de grades
com cercas elétricas no edifício, conta que ontem recebeu muitos telefonemas de
clientes de outros condomínios apavorados com a própria situação: "Perguntavam
como agir numa situação assim. Respondi que do mesmo
jeito que agiriam se um louco
resolvesse matá-los com
uma faca no cinema. Não há
como controlar a situação
quando o assassino está do
lado de dentro da grade".
Um apartamento por andar, piscina, condomínio por
volta de R$ 1.000, o prédio é
o único de uma pacata rua de
Vila Mariana. Ontem, dois
caminhões de uma empresa
de limpeza estacionaram no
local para fazer a higienização da fossa onde o corpo de
Jamile foi encontrado. Um
deles faria a sucção e o esgotamento, o outro, a lavagem.
O serviço saiu por R$ 890.
Vigia há cinco anos da guarita que fica em uma travessa
da rua, Aparecido Andrade,
54, diz que "todo mundo tem
medo". "Mas a violência está
em todo lugar. É o espírito do
mal que ronda a terra."
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