São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 2011

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Parquinho no Rio já teve outra morte

Em 2006, Robson da Costa, 14, foi vítima de outro acidente, como o que matou jovem em Vargem Grande no domingo

Dona do Glória Center deve ser indiciada sob acusação de homicídio doloso (com intenção), de acordo com delegada


PAULA BIANCHI
GUSTAVO ALVES

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO

A morte da adolescente Alessandra da Silva Aguilar, 17, não foi a primeira registrada no parque Glória Center. Em 2006, Robson da Costa, 14, morreu em outro acidente no parque, informou ontem a delegada responsável pelo caso, Adriana Belém, da 42ª DP (Recreio), na zona oeste
Alessandra morreu na madrugada de domingo após ser atingida por um carrinho que se desprendeu de um brinquedo, em Vargem Grande, na zona oeste. Os outros dois feridos, Vitor Oliveira e Daiane Mesquita, seguem internados em estado grave.
De acordo com a delegada, além das duas mortes -de Alessandra e de Robson-, em 2008, mais dois menores sofreram lesões corporais em outro acidente no mesmo parque, montado, na época, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

AGRAVANTE
Segundo a delegada, o histórico de acidentes agrava a situação de Maria Glória Pinto, proprietária do parque, que deve ser indiciada sob acusação de homicídio doloso (com intenção de matar), e não culposo (sem intenção).
"Quem mantém um parque naquelas condições assume o risco de acontecer um fato de maior gravidade", diz a delegada.
Belém também culpa a associação de moradores, que pediu permissão para fazer uma festa no local -sem citar que montaria um parque- e o engenheiro Luiz Soares Santiago, 77, que forneceu o laudo garantindo que os brinquedos estavam em condições de funcionar.
Santiago foi ouvido ontem pela polícia. O engenheiro já havia emitido um parecer positivo para outro parque de diversões em que ocorreu uma morte em 2009, ainda segundo a delegada.
"Questionei se ele [Santiago] andaria em um desses brinquedos com a família e ele disse que não", relatou a delegada.

AUTORIZAÇÃO
A única autorização de funcionamento que o parque tinha foi emitida pelo Corpo de Bombeiros em 3 de agosto.
Segundo a corporação, foram checadas localização dos extintores, saídas de emergência e capacidade de lotação, que seria de 200 pessoas. Na noite de sábado, o Glória Center recebeu mais de mil pessoas.
Em vistoria realizada na manhã de ontem, representantes do conselho encontraram irregularidades mecânicas e de segurança nos equipamentos e instalações elétricas do parque.
A prefeitura do Rio confirma que o parque funcionava sem alvará e diz que o multou em R$ 535,50.

OUTRO LADO
O engenheiro deixou a delegacia sem falar com a imprensa. A reportagem não conseguiu contato com a proprietária do parque ou seu advogado. A Associação de Moradores e Amigos de Vargem Grande também não foi encontrada para comentar o caso.


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