São Paulo, terça, 16 de setembro de 1997.



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TRÁFICO
Carga encontrada em cais do Rio conteria maconha, haxixe, 'crackonha' e skunk, avaliados em R$ 920 mil
PM acha contêiner com 50 kg de drogas

da Sucursal do Rio

Um contêiner com 50 kg de drogas foi encontrado ontem por policiais militares num cais na ilha do Fundão (zona norte do Rio). Segundo a Polícia Militar, a droga veio de navio de Santos (72 km a sudeste de São Paulo).
Um bilhete deixado no contêiner descrevia a carga como maconha, haxixe, "crackonha" (possível mistura de crack e maconha) e skunk (maconha prensada e concentrada em laboratório).
O mesmo bilhete avaliava a droga em aproximadamente R$ 920 mil e dizia que ela deveria ser entregue ao traficante "Magno da Mangueira".
Magno Soeiro Tatagiba de Souza, o Magno da Mangueira, é apontado pela polícia como o maior traficante do Rio. Controlaria o tráfico no morro da Mangueira (zona norte) e em outras 30 favelas da cidade.

Apreensão
A apreensão aconteceu de manhã cedo, numa área próxima à empresa Superpesa, de transporte de cargas.
Um Fiat vermelho acabara de chegar ao local e era utilizado para fazer a retirada da droga.
O motorista do Fiat, João Luiz Rangel Santana, foi preso e levado para a 37ª Delegacia Policial (Ilha do Governador). Francisco de Assis, funcionário da Superpesa encarregado da guarda do cais, foi preso e liberado.
O coronel Paulo Cardoso, do 17º BPM (Batalhão de Polícia Militar), na Ilha do Governador, disse que sua equipe investigava havia 90 dias a rota marítima de transporte de drogas entre Santos e Rio de Janeiro.
Uma pista de um informante levou à apreensão da droga. Segundo o coronel, a carga veio de Santos em um navio de grande porte e dele foi retirada em pequenos barcos saídos do bairro do Caju (zona portuária do Rio).
"A fiscalização da baía da Guanabara, porém, não é competência nossa. Aí é com a Marinha, a Polícia Federal, sei lá. O bilhete dizia que aquele cais era o ponto D, já desativado. Temos que encontrar os pontos A, B e C", afirmou o coronel.

Ramificações
A polícia quer encontrar novas ramificações da rota de drogas originária de Santos, que funciona, segundo Paulo Cardoso, há pelo menos cinco anos.
A carga apreendida no cais foi enviada ao ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Eboli) para ser periciada. O resultado não havia sido divulgado até o final da tarde de ontem.
A empresa Superpesa divulgou um comunicado afirmando não ter conhecimento dos fatos, que teriam acontecido fora de suas dependências e num local abandonado.



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