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VILA LEOPOLDINA
Caso proposta não agrade, Promotoria deve entrar com ação civil pública por poluição e danos à
saúde
SP tem 1 mês para dizer quando fecha usina
MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo tem
um mês para entregar à Promotoria de Meio Ambiente da Capital
um cronograma de desativação
da usina de compostagem da Vila
Leopoldina (zona oeste). Caso
não apresente a proposta ou caso
ela não seja "rápida o suficiente",
o promotor Geraldo Rangel promete entrar com uma ação civil
pública contra o município por
poluição e danos à saúde das cerca de 50 mil pessoas que moram
no entorno do equipamento.
Entre os problemas causados
pela usina estão o mau cheiro e a
contaminação do lençol subterrâneo, segundo a Cetesb (agência
ambiental do governo), que já
multou a prefeitura pelo menos
23 vezes. Segundo ele, há ainda
um laudo, atestando que o adubo
produzido na usina pode contaminar áreas onde for utilizado.
O problema se reflete no fato de
que 1.200 t de lixo são compostadas, mas menos de 500 t de adubo
são vendidas por dia, segundo a
própria prefeitura. A usina tem
capacidade máxima para tratar
400 t diárias de lixo orgânico.
A população da região já tem
um documento com mais de
7.000 assinaturas pedindo o fim
da usina, que funciona há 29 anos.
Na última década, a Vila Leopoldina foi a região de São Paulo em
que a renda média teve maior
crescimento, segundo o IBGE.
"Apesar das melhorias realizadas, o problema não diminuiu, ou
seja, não há alternativa senão o fechamento da usina. Estou com a
ação pronta, mas prefiro um
acordo porque é uma questão que
tem de ser resolvida o mais rapidamente possível", diz Rangel.
O prazo de 30 dias foi pedido
pela Secretaria de Serviços e
Obras e pelo Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana) na
sexta. Segundo Fábio Pierdomenico, presidente do Limpurb, até
lá o município espera ter avançado na concorrência para a concessão dos serviços de limpeza na capital, cujos dois vencedores terão
de instalar, cada um, uma nova
usina de compostagem em até
três anos a partir da assinatura do
contrato. Para diminuir os incômodos, estão sendo instalados
equipamentos que borrifam no ar
substâncias que neutralizam os
odores do lixo e será colocada
uma cobertura.
É essa a proposta que a prefeitura pretende apresentar à Promotoria. "Deixei bem claro que não
quero a solução atrelada à concessão, primeiro porque ela pode
nem sair, segundo porque as pessoas não podem esperar tanto
tempo", retruca Rangel.
O promotor alega que a prefeitura poderia reduzir a quantidade
de lixo que manda para a Vila
Leopoldina porque já fechou a
outra usina de compostagem, em
São Mateus (zona leste), que tinha
os mesmos problemas.
Pierdomenico diz que o contrato para exploração da usina da zona leste expirou e não foi feita nova concorrência para não haver
confusão entre ela e a da concessão. Segundo ele, o contrato com
a Vega, que opera a Vila Leopoldina, vence em 2005, e, então, possivelmente a usina será fechada.
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