|
Próximo Texto | Índice
Namorada de coronel tem sigilo quebrado
Policiais querem esclarecer todos os telefonemas feitos por Carla Cepollina
O juiz Richard Chequini também decretou o sigilo das investigações, a pedido da polícia; namorada entregou passaportes
DA REPORTAGEM LOCAL
A Justiça de São Paulo decretou ontem a quebra do sigilo telefônico da namorada do coronel da reserva e deputado estadual Ubiratan Guimarães, Carla Cepollina, do próprio coronel e de outras seis pessoas. Entre elas, uma amiga, assessores
e um filho de Ubiratan.
Segundo a polícia, todos que
tiveram o sigilo quebrado estão
sendo investigados. Mas Carla,
no entanto, é o principal alvo da
investigação sobre a morte de
Ubiratan, ocorrida no último
sábado. Ele foi encontrado em
seu apartamento, nos Jardins
(zona oeste de SP). Segundo a
perícia, ele estava alcoolizado
-1,6 grama por litro de sangue.
Segundo a lei brasileira, o limite máximo permitido hoje ao
volante é de 0,6 grama.
Além de Carla, a Justiça quebrou o sigilo de telefones da
mãe dela, a advogada Liliana
Prinzivalli, e do desembargador aposentado Alberto Marino Jr, companheiro de Liliana.
Um dos telefones da casa onde
Carla e Liliana moram está no
nome de Marino Jr.
No total, serão repassados à
polícia dados de 15 telefones
(oito celulares, um radiocomunicador e seis fixos) no período
de 1º a 12 de setembro -o assassinato ocorreu no dia 9. O
juiz Richard Chequini, do 1º
Tribunal do Júri, também decretou o sigilo das investigações a pedido da polícia.
Os policiais querem esclarecer principalmente as ligações
telefônicas feitas entre Ubiratan, Carla e a delegada da Polícia Federal Renata Azevedo dos
Santos Madi, amiga do coronel,
ocorridas no dia do crime. Renata também teve o sigilo telefônico quebrado. Segundo a família de Ubiratan, Carla teria
ficado com ciúmes de Renata.
Segundo a perícia, a comunicação começou ao meio-dia de
sábado, quando Ubiratan enviou uma mensagem para o celular de Renata, dizendo: "Estou na hípica, em campanha".
Um pouco antes das 19h, Renata disse, em depoimento à
PF, que recebeu outra mensagem do coronel e ligou para ele.
Carla teria atendido e repassado a ligação para o coronel.
Duas horas depois, Renata teria
tentado novo contato, mas não
conseguiu falar com Ubiratan.
Segundo ela, a namorada teria
dito que o casal estava brigando. Carla, que nega a autoria do
crime, teria deixado o prédio
pouco antes das 21h.
A polícia também vai investigar os dados telefônicos de
Eduardo Anastasi e Gerson Vitória, assessores de Ubiratan
que encontraram o corpo dele.
Fabrízio Guimarães, filho do
coronel, que tentou localizar o
pai no final de semana, também
teve o sigilo quebrado.
Ontem, dois passaportes de
Carla -um brasileiro e outro
italiano- foram entregues à
polícia. A família de Ubiratan
temia que Carla fugisse do país.
Foi Liliana quem levou os documentos. Ela, que atua como
advogada da filha, não foi encontrada pela reportagem.
(GILMAR PENTEADO, KLEBER TOMAZ E
ANDRÉ CARAMANTE)
Próximo Texto: Walter Ceneviva: "Spread" em Comandatuba Índice
|