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Antiaérea é mais visada por facções
Segundo policiais, criminosos pagam de R$ 35 mil a R$ 40 mil por metralhadora capaz de derrubar helicóptero
Armas de guerra que foram encontradas com facções no Brasil atingem alvos de até 2 km de distância e disparam 500 tiros por minuto
DA SUCURSAL DO RIO
Metralhadoras antiaéreas de
calibre ponto 30 do Exército
boliviano-armas de guerra de
uso exclusivo das Forças Armadas, capazes de derrubar helicópteros, que atingem alvos de
até 2 km de distância e disparam 500 tiros por minuto- estão entre as mais visadas por
facções criminosas brasileiras.
Entre abril de 2005 e julho de
2007, nove antiaéreas com brasão boliviano foram apreendidas no Brasil. Policiais dizem
que criminosos pagam de R$ 35
mil a R$ 40 mil pela ponto 30.
Parte das armas apreendidas
estava em paióis do crime organizado do Rio e São Paulo, e outras sendo levadas para eles
quando apreendidas. O trabalho de rastreamento das metralhadoras bolivianas começou
em janeiro de 2005.
A PM de São Paulo impediu,
em janeiro de 2006, que integrantes do PCC, portando uma
ponto 30 do Exército boliviano,
explodissem os muros do Presídio de Segurança Máxima de
Presidente Bernardes (SP).
Foi uma das quatro antiaéreas bolivianas apreendidas pela polícia paulista - sendo que
uma delas foi localizada em um
paiol da facção PCC (Primeiro
Comando da Capital), na periferia da capital, durante a operação Chumbo Grosso, da PF,
em abril do mesmo ano.
No Paraná, foi apreendida arma que fazia parte de arsenal
que viria para o Rio de Janeiro,
para um dos morros controlados pela facção criminosa CV
(Comando Vermelho).
Uma ponto 30 antiaérea com
brasão boliviano foi apreendida
pela PM do Rio, em junho deste
ano, no Complexo do Alemão,
na Penha, zona norte.
De acordo com a Divisão de
Repressão ao Tráfico de Armas
da PF, traficantes brasileiros
que vivem na fronteira com o
Paraguai compram lá as metralhadoras desviadas dos quartéis bolivianos.
Prisões
Em julho deste ano, foi preso
Jorge Ribeiro de Assunção, 27,
em Maringá, no Paraná, fronteira com o Paraguai. Ele é suspeito de ser um dos maiores
fornecedores de armas e munições de facções criminosas do
Rio e São Paulo. A polícia atribui a Assunção e sua quadrilha
a venda de pelo menos cinco
das nove metralhadoras ponto
30 com brasão boliviano
apreendidas. A Folha não conseguiu localizar seu advogado.
No dia 17 de agosto, a polícia
boliviana anunciou que prendeu um brasileiro, em seu território, com 141 quilos de cocaína e quatro metralhadoras do
Exército boliviano. Segundo a
PF, o homem se identificou como Manoel Camargo, 54, morador de Sorocaba (100 km de
SP). Ele foi preso em Cobija, na
fronteira com a cidade brasileira de Basiléia, no Acre.
Camargo estava com três
metralhadoras tchecas da marca CZ e uma submetralhadora
Ina, de fabricação brasileira.
Todo o armamento pertencia
ao Exército boliviano.
(MÁRCIA BRASIL)
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