São Paulo, quinta-feira, 16 de setembro de 2010

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OPINIÃO

Nova versão do ranking se baseia em detalhadas consultas internacionais

PHIL BATY
ESPECIAL PARA A FOLHA

A divulgação deste ranking tornou-se evento-chave do calendário internacional do ensino superior.
As tabelas globais de performance de universidades são utilizadas regularmente por estudantes de graduação e pós-graduação para ajudá-los a escolher cursos de graduação; por acadêmicos para fundamentar decisões de carreira e parcerias de pesquisa; e pelos administradores de universidades para traçar suas estratégias.
No momento em que países como o Brasil se voltam para o desenvolvimento de pesquisas para o crescimento econômico, os rankings ganham relevância para o planejamento do país.
Contudo, como diz o acadêmico norte-americano Ben Wildavsky em seu livro "The Great Brain Race, How Global Universities Are Reshaping the World" (A grande corrida de cérebros, como as universidades globais estão remodelando o mundo), muitas vezes os rankings mundiais "são recebidos com desprezo".
Não raramente, países com longa tradição de ensino superior ficam chocados com os resultados. Aqui na Times Higher Education, recordamos o comentário feito em 2007 pela então ministra do Ensino Superior da França, Valerie Precresse, segundo a qual o problema dos rankings é que eles existem.
Mas a lista com as 200 melhores universidades do mundo definitivamente não pode ser menosprezada.
Este ranking é baseado em mais de dez meses de consultas detalhadas com a comunidade acadêmica internacional. Em parceria com nossa nova fornecedora de dados, a Thomson Reuters, e com contribuições de quase 50 figuras de destaque de 15 países, abrangendo todos os continentes, desenvolvemos uma nova metodologia.
As tabelas empregam 13 indicadores de performance, comparadas a apenas seis utilizados no passado. Reduzimos a ênfase sobre a reputação e o legado -uma falha de nosso sistema antigo (2004-2009)- e aumentamos a base de evidências.
O novo ranking leva em conta, sobretudo, as atividades centrais de uma universidade: o ensino, a pesquisa e a transferência de conhecimento.

BRASIL
A tabela de 2010 oferece, portanto, uma visão mais confiável do ensino superior e será uma leitura que não agradará a todos. O Brasil não tem nenhuma instituição entre as Top 200, mas a USP, na 232ª colocação, perdeu por margem pequena a chance de ocupar um lugar no ranking. Embora não façamos um ranking oficial das instituições que ficam abaixo das Top 200, nosso aplicativo para iPhone (www.timeshighereducation.co.uk/world-university-rankings) inclui dados relativos a 400 instituições e mostra que a Unicamp (248º) também tem potencial mundial.
A excelência do Brasil em campos de pesquisa como a medicina tropical mostra que o país possui forte potencial em pesquisa. A Thomson Reuters destacou recentemente o país como o primeiro num grupo emergente de "tigres latinos", no que diz respeito às pesquisas.
Assim, embora o ranking possa constituir decepção para o Brasil, esperamos que as edições futuras representem o crescimento do país.


PHIL BATY é editor-adjunto da Times Higher Education World University Rankings.

Tradução de CLARA ALLAIN


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