São Paulo, sexta, 16 de outubro de 1998

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Bônus por tuberculose curada será de R$ 100

da Sucursal de Brasília

O ministro José Serra (Saúde) definiu ontem que o valor pago aos municípios por cada caso de tuberculose curado será de R$ 100, distribuídos a partir do ano que vem. Ele também assinou portaria elevando em 50% o valor do exame de escarro (que detecta a doença) -de R$ 2,80 para R$ 4,20.
As novas medidas anunciadas ontem exigem investimentos extras do governo federal de pelo menos R$ 14 milhões por ano.
Em 98, a verba aprovada para o controle de todas as doenças endêmicas (como tuberculose, malária, hanseníase e doença de Chagas) foi de R$ 210,1 milhões.
Mesmo com o anúncio de cortes no orçamento dos ministérios determinado pelo governo federal no mês passado, Serra afirmou estar "otimista" sobre o sucesso do novo plano de combate à tuberculose. A meta do governo é curar 85% dos casos diagnosticados até 2001 e reduzir em 66% a mortes causadas pela tuberculose até 2007. Oficialmente, o Brasil tem hoje 85,5 mil portadores de tuberculose. Entretanto, o próprio ministério admite que o número de doentes é de pelos menos 129 mil.
"Eu espero que até o ano de 2007 o setor de saúde possa sobreviver às reiteradas investidas de contração dos recursos para que programas como esse tenham a sua continuidade", disse o ministro, numa alusão ao corte de R$ 1,7 bilhão no orçamento da Saúde.
Serra afirmou que a Saúde é a área que vem sofrendo cortes mais profundos no governo e que, muitas vezes, a aparente economia de dinheiro termina custando caro.
"A continuidade de programas como o da tuberculose é fundamental, porque senão depois tudo se torna mais caro. No ano passado e no começo deste ano, o governo atrasou os recursos para a dengue em alguns lugares. Onde não atrasou, não houve dengue. Onde atrasou, como Rio e Minas, houve e o custo foi muito maior."
Apesar de se queixar dos cortes impostos à pasta da Saúde, Serra afirmou que não faltará dinheiro para "programas essenciais". No fim de outubro, ele apresentará uma série de reformas para enxugar o ministério, extinguindo órgãos e despesas desnecessárias.



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