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SAÚDE
Propostas estão sendo encaminhadas à equipe de Lula
Comissão Municipal de DST-Aids quer ampliar o combate à doença
AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A epidemia de Aids deixará de
ser uma questão apenas de governos e ONGs para ser compartilhada por toda a sociedade. Pode parecer frase de efeito, mas é o que
se pretende com a criação de uma
comissão municipal de Aids.
Definida e aprovada na 1ª Conferência Municipal de DST-Aids,
realizada na semana passada em
São Paulo, a comissão será atrelada ao Conselho Municipal de Saúde. Os conselhos de saúde -o
municipal, o estadual e o federal- são órgãos deliberativos
máximos do SUS, o que significa
que participam da elaboração das
políticas de saúde e do controle
social dessas políticas.
Da Comissão Municipal de
DST-Aids participarão representantes de ONGs, do conselho empresarial, dos trabalhadores, dos
usuários dos serviços, dos movimentos de mulheres, das universidades, entre outros.
"A criação da comissão significa
que o movimento de resposta à
epidemia é ampliado e que a Aids
passa a ser formalmente inserida
no SUS", diz Fábio Mesquita,
coordenador do programa municipal de Aids. A tendência é que a
Aids seja incorporada aos serviços de saúde como qualquer outra doença, dependendo cada vez
menos dos programas e financiamentos internacionais.
Propostas para Lula
As propostas retiradas da 1ª
Conferência Municipal de DST-Aids, elaboradas em sintonia com
os programas estadual e nacional,
estão sendo encaminhadas à
equipe do presidente eleito.
É com essas propostas e mudanças que os responsáveis pretendem ampliar a resposta à epidemia, dando a ela a cara da nova
administração.
Prevenção e redução da mortalidade -sem falar em direitos do
paciente e cidadania- são os
dois principais desafios. Na prevenção, os técnicos já adotam o
conceito de personalização.
"O modelo não pode mais estar
centrado no médico, que determina quantas camisinhas cada
um vai receber, por exemplo", diz
Fábio Mesquita.
A mortalidade, que passou a
cair a partir de 1996, estacionou
num patamar bastante alto: só em
São Paulo, 1.216 pessoas morreram no ano passado -830 até setembro deste ano (em 1995, no pico, morreram 2.949 pessoas na
capital). "A tendência de queda e
estabilização vem se repetindo no
mundo todo", diz Artur Kalichman, coordenador do programa
estadual de DST-Aids.
Um ponto favorável é o aumento das verbas destinadas às DSTs e
Aids. Em 2003, a participação do
Estado no atendimento a pacientes da capital deve passar dos
atuais R$ 30 milhões para R$ 35
milhões. O mesmo crescimento
deve ocorrer com as verbas do
município. O investimento do
Ministério da Saúde na cidade de
São Paulo, por sua vez, deve aumentar pelo menos 10% sobre os
atuais R$ 60 milhões.
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