São Paulo, sábado, 16 de novembro de 2002

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SAÚDE

Propostas estão sendo encaminhadas à equipe de Lula

Comissão Municipal de DST-Aids quer ampliar o combate à doença

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A epidemia de Aids deixará de ser uma questão apenas de governos e ONGs para ser compartilhada por toda a sociedade. Pode parecer frase de efeito, mas é o que se pretende com a criação de uma comissão municipal de Aids.
Definida e aprovada na 1ª Conferência Municipal de DST-Aids, realizada na semana passada em São Paulo, a comissão será atrelada ao Conselho Municipal de Saúde. Os conselhos de saúde -o municipal, o estadual e o federal- são órgãos deliberativos máximos do SUS, o que significa que participam da elaboração das políticas de saúde e do controle social dessas políticas.
Da Comissão Municipal de DST-Aids participarão representantes de ONGs, do conselho empresarial, dos trabalhadores, dos usuários dos serviços, dos movimentos de mulheres, das universidades, entre outros.
"A criação da comissão significa que o movimento de resposta à epidemia é ampliado e que a Aids passa a ser formalmente inserida no SUS", diz Fábio Mesquita, coordenador do programa municipal de Aids. A tendência é que a Aids seja incorporada aos serviços de saúde como qualquer outra doença, dependendo cada vez menos dos programas e financiamentos internacionais.

Propostas para Lula
As propostas retiradas da 1ª Conferência Municipal de DST-Aids, elaboradas em sintonia com os programas estadual e nacional, estão sendo encaminhadas à equipe do presidente eleito.
É com essas propostas e mudanças que os responsáveis pretendem ampliar a resposta à epidemia, dando a ela a cara da nova administração.
Prevenção e redução da mortalidade -sem falar em direitos do paciente e cidadania- são os dois principais desafios. Na prevenção, os técnicos já adotam o conceito de personalização.
"O modelo não pode mais estar centrado no médico, que determina quantas camisinhas cada um vai receber, por exemplo", diz Fábio Mesquita.
A mortalidade, que passou a cair a partir de 1996, estacionou num patamar bastante alto: só em São Paulo, 1.216 pessoas morreram no ano passado -830 até setembro deste ano (em 1995, no pico, morreram 2.949 pessoas na capital). "A tendência de queda e estabilização vem se repetindo no mundo todo", diz Artur Kalichman, coordenador do programa estadual de DST-Aids.
Um ponto favorável é o aumento das verbas destinadas às DSTs e Aids. Em 2003, a participação do Estado no atendimento a pacientes da capital deve passar dos atuais R$ 30 milhões para R$ 35 milhões. O mesmo crescimento deve ocorrer com as verbas do município. O investimento do Ministério da Saúde na cidade de São Paulo, por sua vez, deve aumentar pelo menos 10% sobre os atuais R$ 60 milhões.



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