|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SP não cumpre meta de redução de dívida
Tribunal de Contas aponta desequilíbrio financeiro nas contas da gestão Kassab que fere a Lei de Responsabilidade Fiscal
Órgão emitiu alerta para prefeito e dois secretários; ao descumprir lei, gestão municipal fica impedida de contrair financiamentos
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
A gestão do prefeito de São
Paulo, Gilberto Kassab (PFL),
não conseguiu reduzir no ritmo
adequado o peso da dívida pública em relação às receitas, o
que descumpre a LRF (Lei de
Responsabilidade Fiscal).
Ao descumprir a LRF, a prefeitura fica impedida de contrair financiamentos, o que sufoca a capacidade de levar seus
projetos em frente.
Em razão do desequilíbrio, o
TCM (Tribunal de Contas do
Município) decidiu emitir um
alerta a Kassab. Segundo o alerta , a chamada dívida consolidada da prefeitura paulistana correspondia, até agosto, a 1,9677
das receitas correntes líquidas,
proporção que, afirma o tribunal, deveria estar estabilizada
em 1,7028.
Segundo a resolução 40/
2001 do Senado, o patamar de
1,70 deveria estar sendo cumprido para que a prefeitura conseguisse, até 2016, chegar à relação de 1,2 entre dívida e receita. Até agosto, a prefeitura devia R$ 31,212 bilhões, valor que
representa um crescimento de
cerca de R$ 600 milhões em relação ao quadrimestre anterior,
segundo o balanço da Secretaria Municipal das Finanças.
As condições da prefeitura só
não ficaram piores porque a arrecadação vem aumentando
-o acumulado anual de receitas correntes saltou de R$ 14,8
bilhões para R$ 15,9 bilhões entre os dois períodos.
Ao fazer as comparações, o
TCM realizou ajustes contábeis que geram uma leve diferença nos números.
Além de Kassab, também foram citados no alerta os secretários Mauro Ricardo Costa
(Finanças) e Francisco Vidal
Luna (Planejamento). Procurado, Luna afirmou, por assessores, que a questão cabia a Costa.
Como a relação dívida/receita não vem caindo, a Prefeitura
de São Paulo fica mais distante
de cumprir a meta de, até 2016,
baixar essa proporção a 1,2. Ou
seja, São Paulo poderá dever,
em 2016, 120% de sua receita
corrente líquida.
Em razão do excesso de endividamento, o prefeito Kassab
está buscando uma forma de,
dentro das normas legais, contornar as restrições da LRF.
Foi o que motivou Kassab a
enviar à Câmara o projeto que
constitui uma empresa municipal de ativos para tentar obter
empréstimos, dando como garantia créditos de R$ 1,8 bilhão
que a prefeitura tem a receber
pelo PPI (Programa de Parcelamento Incentivado).
Texto Anterior: Projeto localiza e protege áreas de reprodução Próximo Texto: Prefeitura diz que valor vem caindo Índice
|