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Salários podem ter novo atraso, diz Incor
Repasse de R$ 20 milhões pelo Ministério da Saúde não deve sair hoje
A Fundação Zerbini, que administra o instituto, demitiu na sexta 50% do quadro administrativo e já pensa em um "plano B"
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Em situação financeira cada
vez mais difícil, a Fundação
Zerbini ameaçou ontem não
complementar o próximo salário nem parte do 13º dos mais
de 3.000 funcionários do Incor
de São Paulo -hospital público
referência na área de cardiologia que a entidade administra
desde 1978.
A fundação responde pela
complementação de 60% até a
totalidade dos salários dos funcionários do instituto e já atrasou os pagamentos neste mês.
Há dois meses também não
honra encargos trabalhistas.
Segundo o diretor executivo
do Incor, David Uip, há demora
nas respostas dos governos estadual e federal. "Estamos sentindo que precisa andar", disse
após entrevista coletiva em que
fez um apelo às autoridades.
Uma reunião sobre a crise da
fundação, que deve R$ 245 milhões e caminha para a insolvência, ocorrerá hoje entre o
governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), e o ministro
da Fazenda, Guido Mantega.
Ao lado do titular da Saúde,
Agenor Álvares, Mantega havia
recebido ordem do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
para solucionar a crise até a última terça-feira. Ontem, Álvares já anunciava que o caso não
será equacionado hoje por suposta letargia da fundação.
Durante cerimônia em Brasília, o ministro voltou a afirmar,
pelo segundo dia consecutivo,
não ter recebido qualquer projeto para auxílio à fundação, o
que inviabiliza a disponibilização até a semana que vem de R$
20 milhões. A fundação disse
que o projeto já está cadastrado
no sistema do ministério.
Segundo informou o ministro, uma equipe da pasta ficou
de plantão desde a noite da última terça-feira sem que nada
fosse entregue. "Amanhã [hoje]
o caso dos R$ 20 milhões não
estará solucionado. Não chegou nada para o ministério. E
quando chegar a proposta, ela
terá que ser equacionada técnica e cartorialmente. Se alguma
certidão estiver negativada, o
processo não vai adiante."
A entidade também informou ontem estar negociando
R$ 120 milhões junto ao
BNDES para o refinanciamento das dívidas.
De acordo com Uip, uma consultoria já está pensando em
um "plano B" se não houver
acordo com os governos hoje. E
medidas de economia já vêm
sendo tomadas.
A Zerbini informou ter demitido, na última sexta-feira, 50%
de seus 68 funcionários administrativos. Mas nega que isso
prejudique o atendimento.
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