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Chacina deixa quatro pessoas mortas em Osasco
Uma quinta vítima teve morte encefálica ontem e permanecia internada, de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde
Foi a 24ª chacina deste ano no Estado; em 2007, 93 pessoas foram mortas nesse tipo
de crime, 17 a mais do que em todo o ano passado
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
A 24ª chacina deste ano, registrada na madrugada de ontem em Osasco (Grande SP),
deixou quatro pessoas mortas a
tiros. Uma quinta pessoa, ainda
não identificada, teve morte
encefálica e continuava em estado gravíssimo até a conclusão
desta edição, segundo a Secretaria Estadual da Saúde.
As cinco vítimas foram encontradas pela polícia deitadas
de bruços, com pelo menos um
tiro na cabeça cada uma, em um
cortiço. Ao lado, havia dois papelotes de cocaína e dois cachimbos de crack.
Neste ano, 93 pessoas foram
mortas em chacinas no Estado,
17 a mais do que em todo o ano
passado. Os feridos somam 13,
contra sete de 2006.
Entre as vítimas da chacina
de ontem está uma adolescente
de 17 anos, morta com um único tiro no crânio. Outra vítima
era o dono do cômodo, o desempregado Fernando Souza
Santana, 39. Ele era conhecido,
segundo a polícia, como um
crônico consumidor de drogas.
O irmão e vizinho de cortiço
de Fernando, o porteiro Davi
Souza Santana, 36, confirma
essa versão. Diz que o irmão
emprestava o cômodo para
consumo de drogas, com a condição de também participar da
partilha. "Eu disse para o meu
irmão: "Ou você acaba na cadeia
ou no caixão'", disse o porteiro.
Davi disse que, à 1h50, ouviu
quatro disparos e, em seguida,
uma mulher implorando para
ser poupada. Ouviu mais dois
tiros. Logo após os disparos, o
porteiro disse ter visto um homem correr pela rua, mas não
conseguiu identificá-lo.
Investigação
Os policiais que investigam o
crime dizem ser improvável
apenas uma pessoa ter atirado
em outras cinco. Ainda segundo os investigadores, Talmar de
Oliveira Branco, 40, uma das
vítimas, era alto e forte.
A quarta vítima da chacina é
a cabeleireira Diane Aparecida
Cardoso Barbosa, 37, a única a
receber dois tiros, um na cabeça e outro na boca.
No mundo policial, este último disparo é interpretado como vingança por delação.
Para os policiais civis, a vingança pode ter sido executada
por criminosos ligados ao tráfico, mas não está descartada a
participação de um grupo de
extermínio formado por policiais militares que atuam no
município.
O grupo de extermínio teria
matado 30 pessoas desde meados de 2006. Dois PMs foram
presos e 19 afastados, suspeitos
de participar das mortes em setembro passado. A cúpula da
PM nega a existência do grupo.
(ROGÉRIO PAGNAN E ARTUR RODRIGUES)
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