São Paulo, terça-feira, 16 de novembro de 2010

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Acusados de agressão na Paulista são soltos

Cinco estudantes, entre eles quatro menores de idade, foram liberados pela Justiça; quatro pessoas foram agredidas

Segundo o advogado, a decisão considerou que não há relação com homofobia e que jovens não oferecem risco

Robson Ventura/Folhapress
Jonathan (com a cabeça coberta), o único maior de idade no grupo suspeito de agressão, deixa a delegacia após ser liberado

DE SÃO PAULO
DO "AGORA"

Os cinco estudantes de classe média presos anteontem sob acusação de agredir quatro pessoas durante três ataques na avenida Paulista, em SP, foram soltos ontem.
Em dois dos ataques, a polícia diz haver indícios de homofobia. As vítimas relataram que os agressores diziam para elas: "Suas bichas", "Vocês são namorados".
O advogado de um dos agressores, Orlando Machado Júnior, nega que tenha havido homofobia, mas afirma que houve uma briga após um dos cinco agressores ter recebido um "flerte" de um dos agredidos.
As vítimas levaram chutes, socos e foram atingidos com bastões de lâmpadas.
Segundo o Tribunal de Justiça, o juiz entendeu que Jonathan Lauton Domingues, 19, o único maior de idade no grupo, poderia responder pelo crime em liberdade, por não ter antecedentes criminais e ter endereço fixo.
Ele vai responder por agressão corporal gravíssima e formação de quadrilha.
Jonathan deixou a delegacia com o rosto coberto. O pai dele disse que ele foi para a chácara da família.
Segundo o pai, Jonathan já cursa a universidade. Ele disse ainda que os meninos são amigos de infância e que se conheceram em um colégio particular de São Paulo.
O TJ não soube dizer o teor da decisão da Vara da Infância e Juventude que liberou os quatro menores, que têm entre 16 e 17 anos.
Segundo Orlando Machado, que defende um dos menores, a decisão considerou que o crime não tinha relação com homofobia e que os adolescentes têm famílias estáveis e não oferecem perigo para a sociedade se soltos.

VIOLÊNCIA
Pouco depois das 6h30 de anteontem, três jovens foram espancados pelos cinco rapazes em plena avenida Paulista. Uma das agressões, contra o estudante de jornalismo Luís, 23, foi vista pelo radialista Wladimir, 37, que saía do trabalho. Os dois pediram para não ter os sobrenomes revelados.
"Vi o grupo espancando um rapaz e chamei a polícia, que chegou rápido, pois já tinha sido avisada de outra agressão", disse Wladimir. Segundo a polícia, o mesmo grupo de jovens havia agredido minutos antes os amigos Otávio Dib Partezani, 19, e Rodrigo Souza Ramos, 20.
A família de Luís diz que processará os agressores.
Outra agressão, ocorrida às 3h, contra o lavador de carros Gilberto Andrade, 18, também é atribuída a eles. Os jovens, segundo o advogado, negam essa agressão.
Um dos amigos do estudante de jornalismo Luís, que presenciou as agressões, diz que os rapazes pareciam estar alcoolizados. O advogado Machado nega e diz que a polícia não pediu nenhum teste toxicológico a eles.


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