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Acusados de agressão na Paulista são soltos
Cinco estudantes, entre eles quatro menores de idade, foram liberados pela Justiça; quatro pessoas foram agredidas
Segundo o advogado,
a decisão considerou que não há relação com homofobia e que jovens não oferecem risco
Robson Ventura/Folhapress
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Jonathan (com a cabeça coberta), o único maior de idade no grupo suspeito de agressão, deixa a delegacia após ser liberado
DE SÃO PAULO
DO "AGORA"
Os cinco estudantes de
classe média presos anteontem sob acusação de agredir
quatro pessoas durante três
ataques na avenida Paulista,
em SP, foram soltos ontem.
Em dois dos ataques, a polícia diz haver indícios de homofobia. As vítimas relataram que os agressores diziam
para elas: "Suas bichas",
"Vocês são namorados".
O advogado de um dos
agressores, Orlando Machado Júnior, nega que tenha
havido homofobia, mas afirma que houve uma briga
após um dos cinco agressores ter recebido um "flerte"
de um dos agredidos.
As vítimas levaram chutes,
socos e foram atingidos com
bastões de lâmpadas.
Segundo o Tribunal de Justiça, o juiz entendeu que Jonathan Lauton Domingues,
19, o único maior de idade no
grupo, poderia responder pelo crime em liberdade, por
não ter antecedentes criminais e ter endereço fixo.
Ele vai responder por
agressão corporal gravíssima e formação de quadrilha.
Jonathan deixou a delegacia com o rosto coberto. O pai
dele disse que ele foi para a
chácara da família.
Segundo o pai, Jonathan
já cursa a universidade. Ele
disse ainda que os meninos
são amigos de infância e que
se conheceram em um colégio particular de São Paulo.
O TJ não soube dizer o teor
da decisão da Vara da Infância e Juventude que liberou
os quatro menores, que têm
entre 16 e 17 anos.
Segundo Orlando Machado, que defende um dos menores, a decisão considerou
que o crime não tinha relação com homofobia e que os
adolescentes têm famílias estáveis e não oferecem perigo
para a sociedade se soltos.
VIOLÊNCIA
Pouco depois das 6h30 de
anteontem, três jovens foram
espancados pelos cinco rapazes em plena avenida Paulista. Uma das agressões,
contra o estudante de jornalismo Luís, 23, foi vista pelo
radialista Wladimir, 37, que
saía do trabalho. Os dois pediram para não ter os sobrenomes revelados.
"Vi o grupo espancando
um rapaz e chamei a polícia,
que chegou rápido, pois já tinha sido avisada de outra
agressão", disse Wladimir.
Segundo a polícia, o mesmo
grupo de jovens havia agredido minutos antes os amigos Otávio Dib Partezani, 19,
e Rodrigo Souza Ramos, 20.
A família de Luís diz que
processará os agressores.
Outra agressão, ocorrida
às 3h, contra o lavador de
carros Gilberto Andrade, 18,
também é atribuída a eles. Os
jovens, segundo o advogado,
negam essa agressão.
Um dos amigos do estudante de jornalismo Luís,
que presenciou as agressões,
diz que os rapazes pareciam
estar alcoolizados. O advogado Machado nega e diz que a
polícia não pediu nenhum
teste toxicológico a eles.
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