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WALTER CONRADO ADOLPHO HORMANN (1933-2010)
Ele cruzou o Atlântico num veleiro
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Logo após se aposentar,
Walter Conrado Adolpho
Hormann decidiu realizar o
sonho de atravessar o Atlântico a bordo de um veleiro.
Na França, passou seis
meses acompanhando a
montagem do barco. A aventura de cruzar os mares que
separam a América de África
e Europa foi feita com a mulher, Gondy, com quem ele ficou casado até o fim da vida.
Nas palavras da filha Stel-
la, o pai foi um homem que
viveu intensamente. O filho
Walter conta que o advogado
não tinha medo de ter gostos
exóticos e de ser diferente.
Doutor Walter, como gostava de ser chamado, adorava vestir seu chapéu de feltro
e uma echarpe e sair por aí
em seu carro conversível.
Os filhos até brincavam,
chamando-o de James Bond.
Aos seus garotos ele dizia:
"Você pode ser o que quiser
na vida, menos medíocre. O
que for fazer, faça bem feito".
Formado em direito pela
USP em 1957, era um tipo culto, que falava seis línguas.
Trabalhou em algumas
empresas antes de ser advogado internacional da Tenenge, empresa de engenharia pesada que participou da
construção de Itaipu, Cosipa
e de várias plataformas da
Petrobras. Aposentou-se
quando a firma foi comprada
pela Odebrecht, nos anos 80.
A paixão pelo mar ele pegou do pai e transferiu aos filhos. No ano passado, velejou pela última vez, em Florianópolis, com a família.
Tinha ainda um lado religioso, ligado ao espiritismo.
Nos últimos anos, sofreu
com uma doença de pele.
Morreu na sexta, aos 77, em
Lages (SC), após parada cardiorrespiratória. Teve quatro
filhos e cinco netos.
coluna.obituario@uol.com.br
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