São Paulo, sábado, 16 de dezembro de 2000

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Privatizáveis dão prejuízo de R$ 32,4 mi

DA REPORTAGEM LOCAL

Por não pretender privatizar as autarquias incluídas no Promud (Programa Municipal de Desestatização), a prefeita eleita Marta Suplicy (PT) terá de lidar com prejuízo de cerca de R$ 32,4 milhões anuais, gerado somente pelo estádio do Pacaembu, pelo autódromo de Interlagos e pelo centro de convenções do Anhembi.
Segundo o secretário municipal de Comunicação, Antenor Braido, a situação do Anhembi é a pior. Sozinho, o centro de convenções consome R$ 10 milhões por ano do orçamento municipal, porque a empresa não se paga com o dinheiro arrecadado de feiras e eventos como a UD - Feira de Utilidades Domésticas.
"Além disso, o Anhembi precisa de uma reforma geral, das instalações à fiação, que custaria US$ 20 milhões", afirma Braido, que faz parte do conselho do Promud.
A atual ocupação do estádio do Pacaembu, em função do calendário de jogos e do público decrescente, obriga a prefeitura a destinar R$ 200 mil mensais para o pagamento de funcionários e pelo serviço de manutenção.
O estádio também precisaria de reformas, motivo pelo qual vem perdendo jogos para o Morumbi, cuja reformulação estrutural foi concluída no ano passado.
De acordo com a prefeitura, o autódromo de Interlagos traz mais prestígio à cidade do que dinheiro. Apesar de servir a uma série de eventos, como a Fórmula 1, Fórmula Ford e corridas de motociclismo, estes não servem para cobrir despesas de manutenção e de pagamento de funcionários.
"Anualmente, a prefeitura destina R$ 20 milhões para os gastos do autódromo", diz Braido.

Modelo
O modelo de privatização do Promud para essas autarquias foi formulado, há cerca de quatro anos, pelo banco do novo secretário de Finanças, o economista João Sayad. Na época, chamado de SRL (Sayad, Reichstul e Luna).
Em artigos publicados na Folha, o novo secretário escreveu favoravelmente às privatizações em geral, apesar de fazer ressalvas à forma como vinham sendo comandadas pelo governo federal.
Procurado pela reportagem, Sayad não retornou as ligações. (SÉRGIO DURAN)

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