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OUTRO LADO
Para o governo, cidades devem ter consórcios
DA REPORTAGEM LOCAL
Os serviços de urgência e
emergência do litoral de São
Paulo estão adequados às necessidades locais, dizem os diretores regionais da Secretaria
de Estado da Saúde responsáveis por essas áreas.
De acordo com eles, é necessário que os municípios, principalmente os pequenos, comecem a organizar consórcios
para suprir necessidades que
aparecem principalmente na
temporada de verão, como
equipes para neurocirurgia e
equipamentos para exames
mais complexos, como tomografia e ressonância magnética.
A iniciativa de um consórcio
já é discutida nas duas regiões.
No litoral norte, as negociações
parecem estar mais avançadas.
Prefeituras e Estado discutem
um projeto que será encaminhado às Câmaras Municipais.
Apesar de grande parte dos
serviços no litoral norte serem
chamados de prontos-socorros, funcionam como prontos-atendimentos, afirma Fernando Semeghini, diretor técnico
do Departamento de Saúde da
Diretoria de Saúde (DIR) de
São José dos Campos.
De acordo com Semeghini,
em todo o Vale do Paraíba, onde a região está localizada, apenas os prontos-socorros dos
hospitais municipais de São José dos Campos e Taubaté têm
equipes multidisciplinares com
anestesistas, cirurgiões, clínicos, cardiologistas, pediatras e
ortopedistas permanentes,
conforme exige resolução do
Conselho Federal de Medicina.
Todos os casos mais graves
são encaminhados para São José, Taubaté e até Jacareí.
Na temporada, são cerca de
45 por mês. Segundo o diretor
regional de Saúde da Baixada
Santista, José Ricardo Martins
Di Renzo, os serviços que existem na região não são os ideais
mas estão de acordo com os
princípios de hierarquização
do Sistema Único de Saúde.
"Não há como colocar um
serviço altamente especializado em um pequeno município", explica. "Mas as soluções
devem ser localizadas. Uma
equipe de profissionais de UTI
é cara para uma pequena cidade, mas passa a ser aceitável se
o custo for dividido entre três."
Para o secretário da Saúde de
São Vicente, José Roberto Rodrigues de Lima, é necessário
criar centros de estabilização
regionais dos pacientes.
"Os serviços da região são
fracionados e não conseguem
resolver os casos graves. Seria
bom que existisse um local
completo", avalia.
"O importante é melhorar a
referência", afirma Semeghini.
"É caro manter uma equipe em
um município pequeno."
(FL)
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