São Paulo, sexta-feira, 16 de dezembro de 2005

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CLIMA

Defesa Civil mineira já contabiliza 12 mortes; Brasília sofreu alagamentos, e desabamento matou uma mulher no Rio

Chuvas matam 7 pessoas em Minas Gerais

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

As fortes e intensas chuvas que atingem todo o Estado mineiro causaram sete mortes na madrugada de ontem. Seis pessoas morreram em uma única região, o Vale do Aço. Uma criança também morreu soterrada em Padre Paraíso, no Vale do Jequitinhonha.
Desde 3 de novembro, a Defesa Civil contabiliza 12 mortos em razão da atual temporada de chuvas em Minas Gerais. As chuvas se intensificaram nos últimos seis dias. Desde o sábado passado, os bombeiros e as equipes da Defesa Civil trabalham ininterruptamente. As polícias rodoviárias Estadual e Federal alertam os motoristas para a situação ruim das estradas.
A situação no Estado se agravou ontem com as ocorrências nas cidades de Ipatinga, Timóteo e Coronel Fabriciano. Em Timóteo, duas crianças que viviam na Ocupação do Limoeiro, um local da periferia habitado por sem-tetos, morreram soterradas. Os irmãos Warley Flávio, 9, e Felipe Flávio da Silva, 10, dormiam dentro do barraco atingido pela queda de um barranco. No bairro do Limoeiro, foi encontrado o corpo de José de Brito Souza, 65. Segundo a PM, a causa da morte teria sido afogamento.
Em Coronel Fabriciano, foram mais duas mortes por soterramento. O corpo de João Gonçalves de Lima, 44, foi encontrado pela manhã. À tarde, as equipes de resgate encontraram o corpo de Antônio Pinheiro Gomes, 52. Ambos dormiam quando suas casas foram atingidas por deslizamentos de terra.
Em Ipatinga foi registrada a morte por soterramento da dona-de-casa Maria Feliciano Alexandre. A sétima morte, confirmada no começo da noite de ontem, foi de uma criança na cidade de Padre Paraíso (a 546 km a nordeste de Belo Horizonte).
No início da madrugada de ontem, as chuvas causaram a abertura de uma enorme cratera na rodovia federal (BR-262) que liga Vitória à região oeste de Minas. O buraco, segundo a Polícia Rodoviária Federal, tem 35 metros de comprimento e 12 metros de profundidade. Está no trecho da rodovia localizado em Nova Serrana (133 km de Belo Horizonte).

Brasília e Rio
A forte chuva que atingiu Brasília ontem à tarde provocou transtornos em alguns órgãos públicos, queda de energia elétrica e alagamentos de ruas que ficaram intransitáveis, num cenário atípico para a cidade.
De acordo com os bombeiros, a chuva atingiu a capital federal com mais intensidade por cerca de uma hora, a partir das 14h30.
A garagem do Senado foi inundada, e os bombeiros foram acionados. O Centro Integrado de Atendimento e Despacho, órgão do Corpo de Bombeiros, registrou 25 ocorrências até o início da noite de ontem. Não houve registros de acontecimentos graves.
No Rio, a fachada de um antigo sobrado de dois andares desabou por volta das 9h30 de ontem no bairro da Saúde, no centro do Rio de Janeiro, e matou Eliene Mendonça Cutrin, de 35 anos. A queda do edifício, que em 8 de novembro já tinha perdido grande parte de suas paredes internas em um primeiro desabamento, que deixou uma pessoa ferida, pode estar associada às intensas chuvas registradas nas últimas semanas.


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