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Conselho deve flexibilizar GPS em carro
Equipe técnica propôs ao Conselho Nacional de Trânsito mudar lei e liberar exibição de mapa com veículo em movimento
Outra proposta em análise pelo Contran prevê a permissão do uso de películas mais escuras no vidro traseiro dos veículos
ALENCAR IZIDORO
FELIPE BÄCHTOLD
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma comissão técnica ligada
ao Contran (Conselho Nacional de Trânsito) aprovou propostas de mudança na legislação para reduzir as restrições
de utilização dos navegadores
GPS e de películas que escurecem os vidros dos veículos.
Elas serão submetidas à votação da cúpula do conselho, formada por seu presidente, Alfredo Peres da Silva, e membros de
cinco ministérios, que vão decidir se avalizam as novas regras.
Uma das medidas prevê que
os aparelhos de GPS (sistema
de posicionamento global, baseado em satélites) que indicam trajetos aos motoristas
(como um guia de ruas eletrônico) possam ser instalados no
painel dianteiro e exibir mapas
mesmo quando os veículos estiverem em movimento -diferentemente do fixado em resolução vigente desde março, que
só permite setas e áudio.
Hoje há algumas marcas sendo comercializadas que já dispõem dessa função, mas cujo
uso é considerado irregular pelo Contran e pela PM paulista.
A Folha apurou que integrantes da direção do Denatran
(Departamento Nacional de
Trânsito) se manifestaram a favor da flexibilização dos GPSs
-algo que reforça a tendência
de aprovação definitiva. A votação dos conselheiros poderá
ocorrer já na semana que vem.
Películas
Uma segunda proposta prevê
a liberação de películas mais escuras no vidro traseiro. Hoje há
uma exigência mínima de 50%
de transmissão luminosa nessa
área, 75% no pára-brisa e 70%
nas portas dianteiras.
Se houver a alteração, os veículos poderão rodar como muitos furgões que são autorizados
a ter os vidros traseiros sem visibilidade, desde que haja retrovisores nos dois lados.
A assessoria do Contran informa que, diferentemente dos
GPSs, esse caso não está na
pauta das próximas votações.
As duas propostas interessam segmentos automotivos,
mas enfrentam resistência de
parte dos especialistas -que
temem a menor visibilidade e a
maior distração dos condutores. Foram discutidas, votadas
e aprovadas na câmara temática de assuntos veiculares do
Contran, que reúne órgãos públicos e privados, mas sem autonomia para a mudança legal.
Elas serão submetidas à votação dos conselheiros, a quem
cabe a decisão final. As minutas
de resolução estão até prontas
-a Folha teve acesso à do GPS,
preparada nesta semana.
"Geralmente quando há
aprovação na câmara técnica a
proposta também é aprovada
pelos conselheiros", diz Jorge
Correia Karan, um dos 13 integrantes da câmara de assuntos
veiculares, representando a
Empresa Pública de Transporte e Circulação de Porto Alegre.
A comissão também tem,
dentre outros, membros da
CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) de São Paulo, do Inmetro, da Anfavea (fabricantes
dos veículos) e do Sindipeças
(da indústria de autopeças).
Experiência internacional
Segundo Karan, a flexibilização do uso dos GPSs foi proposta com base em experiências
internacionais. Ele admite haver interesse das montadoras
para que os veículos saiam de
fábrica com os aparelhos, mas
nega haver problemas.
"Estamos hoje na contramão
da evolução tecnológica", diz
Karan, para quem a exibição
dos mapas na tela mesmo com
os veículos em movimento representa mais utilidade do que
distração dos condutores.
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