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Polícia vai investigar as 27 regionais de SP
LILIAN CHRISTOFOLETTI
ARIEL KOSTMAN
da Reportagem Local
A Polícia Civil vai investigar as
denúncias de corrupção nas regionais de São Paulo.
A medida foi anunciada pelo secretário-adjunto da Segurança Pública, Luiz Antonio Alves de Souza, que se reuniu na tarde de ontem com os promotores que investigam denúncias de corrupção
na Regional de Pinheiros.
"A polícia não pode se omitir",
disse Souza. Ontem, ele viu, pela
primeira vez, as agendas e listas
apreendidas com chefe da equipe
de fiscalização da Regional de Pinheiros, Marco Antonio Zeppini,
preso no dia 2.
Zeppini foi flagrado recebendo
R$ 30 mil, em cheques, da comerciante Soraia da Silva. Desde a prisão, os promotores já receberam
cerca de 170 ligações com denúncias de cobrança de propina em 21,
das 27 regionais.
"O material é estarrecedor.
Nunca vi nenhum caso de corrupção tão minuciosamente documentado", afirmou Souza.
Ontem, o advogado dos fiscais
de Pinheiros Claudio Francisco
Palma e Vera Lúcia Lopes Aires esteve no 14º DP (Pinheiros) para
justificar a falta dos dois ao depoimento na última sexta-feira. Ele
foi informado de que o inquérito
já está finalizado e que os dois foram indiciados por concussão
(exigir vantagem ou bem para deixar de cumprir função pública).
Além dos dois, outros dez fiscais
de Pinheiros foram afastados. Esses funcionários continuam recebendo salários normalmente e estão à disposição da Secretaria das
Administrações Regionais (SAR).
Retaliação
O empresário Miguel Archanjo
Marangoni, proprietário de um
edifício residencial na Vila Carrão,
disse que está sofrendo retaliações. Marangoni havia denunciado que a engenheira Maria Luiza
Castilho, da Regional da Mooca,
pediu R$ 20 mil para livrá-lo de
multa referente ao estabelecimento de pessoas no prédio sem o habite-se (certificado que comprova
condições de moradia). A engenheira, que nega envolvimento no
caso, foi afastada anteontem.
Segundo Marangoni, oito fiscais
e dois engenheiros estiveram ontem no prédio exigindo documentos dos proprietários dos imóveis.
Ao ser informado do fato, o promotor José Carlos Blat disse que
vai intimar o regional da Mooca
para esclarecer o caso.
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