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ALIMENTAÇÃO
Para ministério, não há provas científicas de que os níveis prometidos na embalagem possam ser atingidos
Ovos com "menos colesterol" são proibidos
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Agricultura
proibiu ontem a comercialização
de ovos cuja propaganda diga que
o produto tem quantidade menor
de colesterol que o normal. Para o
ministério, não há provas de método científico capaz de produzir
ovos com menos colesterol.
Desde ontem, o ministério não
registra mais rótulos de embalagens de ovos com descrição nutricional, incluindo os níveis de colesterol. Produtos assim devem
ser retirados do mercado num
prazo de 30 dias.
Segundo a assessoria do ministério, nesse período, um grupo
consultivo vai elaborar um regulamento técnico com "padrões de
qualidade e identidade de ovos".
O regulamento será submetido
à consulta pública antes de ser oficializado no formato de uma instrução normativa do ministério.
O futuro documento deverá
orientar empresas de comércio e
produtores de ovos do país.
O ministério estima em 10% a
parcela dos ovos vendidos hoje no
país com propaganda de menor
teor de colesterol do que o usual.
Geralmente, esse dado é veiculado no rótulo, como "informação
nutricional".
O colesterol é uma substância
presente nas gorduras animais e
que, em excesso, pode causar arteriosclerose, ou seja, o entupimento de artérias.
O ministério tomou a medida
com base em estudo de pesquisador da USP (Universidade de São
Paulo).
O documento diz que não há
como comprovar que galinhas
passam a produzir ovos com menos colesterol se forem alimentadas com ração especial.
A constatação de que ovos vendidos no mercado como "light"
não apresentam a redução da
quantidade de colesterol prometida na embalagem não é nova.
Redução mínima
Em 2001, um estudo do pesquisador Pedro Alves de Souza, da
Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinárias da Unesp (Universidade Estadual Paulista), mostrou
uma redução mínima de colesterol: apenas 6%, em vez dos 20%
anunciados na embalagem.
Souza chegou a essa conclusão
após analisar três amostras de cada um dos vários tipos de ovos encontrados no comércio: o caipira,
o comum, o pufa e o light.
Na época, o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor)
alertou sobre a propaganda enganosa em sua revista mensal. Apesar disso, os ovos continuaram
nas prateleiras, alguns prometendo colesterol até 40% mais baixo.
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